Anvisa autoriza novo tratamento para tumores cerebrais de baixo grau

A aprovação se baseou no estudo clínico INDIGO, que mostrou que o medicamento reduziu em 61% o risco de avanço da doença, atrasou o crescimento do tumor e diminuiu seu tamanho, aumentando o tempo até a necessidade de novos tratamentos e ajudando a manter a qualidade de vida.
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A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprovou um novo medicamento para tratar tumores no cérebro. A decisão foi publicada na segunda-feira (11) no Diário Oficial da União.

O Voranigo (vorasidenibe) bloqueia enzimas alteradas chamadas IDH1 e IDH2 e é indicado para adolescentes e adultos a partir de 12 anos com glioma difuso de baixo grau, que já passaram por cirurgia. O remédio é fornecido pela farmacêutica francesa Servier.

Gliomas são tumores que surgem no cérebro ou na medula espinhal e podem se formar em diferentes tipos de células, como astrócitos (astrocitomas), ependimócitos (ependimomas) e oligodendrócitos (oligodendrogliomas). O tumor pode afetar tanto crianças quanto adultos.


O Voranigo é recomendado para pacientes com astrocitomas ou oligodendrogliomas de grau 2, com mutações IDH1 ou IDH2, que não precisam de radioterapia ou quimioterapia imediata. Ele age impedindo que as células tumorais cresçam.

A aprovação se baseou no estudo clínico INDIGO, que mostrou que o medicamento reduziu em 61% o risco de avanço da doença, atrasou o crescimento do tumor e diminuiu seu tamanho, aumentando o tempo até a necessidade de novos tratamentos e ajudando a manter a qualidade de vida.

Embora cresçam devagar, esses gliomas podem se tornar mais agressivos com o tempo. Até agora, as opções eram limitadas a cirurgia, radioterapia e quimioterapia. O Voranigo oferece uma alternativa mais personalizada, com maior chance de prolongar a sobrevida e o bem-estar dos pacientes.

Gliomas surgem quando células de apoio do cérebro crescem de forma descontrolada. Os sintomas podem incluir dor de cabeça, náuseas, vômitos, confusão, perda de memória, mudanças de comportamento, problemas de visão, dificuldade para falar e convulsões.

O tratamento geralmente começa com cirurgia para retirar o máximo possível do tumor. Dependendo do caso, pode ser necessário usar radioterapia, quimioterapia ou medicamentos para controlar sintomas, como inchaço cerebral e crises. Também é importante analisar o perfil genético do tumor para planejar a melhor forma de tratamento.