Coluna Sal da terra: Portugal reconhece culpa por escravidão e massacre de indígenas no Brasil na era colonial

“Portugal foi responsável por uma série de crimes contra escravos e indígenas no Brasil na era colonial e deve pagar por isso, afirmou o presidente português, Marcelo Rebelo de Sousa”.

Durante a semana, o discurso do presidente de Portugal, Marcelo Rebelo de Sousa, sobre a responsabilidade do país pela escravidão no Brasil repercutiu em diferentes setores da sociedade nos dois lados do Atlântico.

Entidades civis de defesa de direitos humanos, acadêmicos e autoridades políticas receberam positivamente o discurso, mas cobraram um projeto concreto de reparação pelo conjunto de crimes e violações cometidos durante o processo de colonização.

Foi a primeira vez que um presidente de Portugal reconheceu a responsabilidade de forma mais contundente, apesar de a posição não ser compartilhada pelo conselho de ministros do governo português.

Entidades civis e especialistas indicam caminhos para projeto concreto, como: criação de museus, centros de memórias e outros equipamentos públicos que reconheçam os impactos da colonização sobre a população afro-brasileira;

Incluir no currículo oficial da Rede de Ensino portuguesa a obrigatoriedade da temática “História dos Impactos Nocivos do Colonialismo Português para o Contexto Brasileiro”.

Sobre esse tema já escrevi e publiquei o livro: A vila dos contadores de historias, e defendo a ideia do Mia Couto, escritor que me inspira em todas estas colunas, quando ele disse: – defende a criação de um museu da colonização pensado por portugueses e africanos, eu acrescento por brasileiros também.

Disse ele: – Penso que era importante Portugal construir aqui um museu da escravatura, da colonização, que ao contrário do que se pensa não iria reabrir feridas do passado, pelo contrário, seria terapêutico do que pedidos de desculpas” afirmou o escritor moçambicano à agência Lusa, sublinhando que “desde que fosse pensado em conjunto por portugueses, brasileiros, africanos e indígenas, e que fosse um museu para construir memórias comuns”