Há pessoas que por mera superficialidade vivem a reclamar e a questionar o porquê de a vida ser, por vezes, tão penosa. Primeiro há de se indagar se alguém disse a nós que tudo seria fácil? Outrossim, é que, Max Lucado, escritor norte-americano, nos lembra de que “Deus nunca disse que a jornada seria fácil, mas Ele disse que a chegada valeria a pena”.
Adiante se compreende que vale a nós escolhermos o tipo de difícil que queremos, pois se não o escolhermos e não o fizermos, a vida e suas consequências serão mais cedo ou mais tarde espinhosas mesmo. Contudo se proativamente escolhermos, fazermos e agirmos, ou seja, tomarmos a rédea de nossa vida, poderá até ser árduo, mas o sabor do resultado e das consequências serão muito mais bem temperados.
Vale lembrar o que nos participa, Willian Henley, pensador britânico, que nos diz “sou o senhor do meu destino e capitão da minha alma”.
É relevante expor que para a nossa caminhada vital diária vale refletir sobre uma grande descoberta do físico inglês, Isaac Newton, que nos alertou sobre a lei da ação e reação ou de causa e efeito, isto é, a toda ação corresponde a uma reação de igual intensidade e sentido oposto.
Nesse mesmo sentido poderíamos ainda ilustrar igualmente sobre a regra da reciprocidade, também chamada de regra de ouro, isso quer dizer que cada um de nós deve tratar os outros como gostaria que ele próprio fosse tratado. Lado outro há quem diga, em um raciocínio avançado, que não devemos tratar os outros somente como queremos ser tratados.
Devemos, sim, tratar o outro como ele gostaria de ser tratado. Imaginemos, pois se convidarmos alguém à nossa casa e lhe oferecermos somente o que gostamos, por exemplo, pode ser que ele não vá gostar. Do mesmo modo então para bem servirmos se faz cogente saber como devemos cuidar ou tratar o outro.
Lembremo-nos do ativista, indiano, Mahatma Ghandi que sempre nos orientou que “quem não vive para servir, não serve para viver”. E bem servir é saber tratar o outro como ele merece!
Nesse intuito destaca-se que havia um frágil idoso que foi morar com o filho, nora e com o neto de quatro anos de idade. O idoso apresentava as mãos trêmulas, a visão embaçada e andar hesitante em razão da idade avançada. Então sempre quando faziam as refeições, o idoso deixa a comida cair ao chão ou derramava leite sobre a toalha de mesa.
Então o filho, já irritado resolveu junto a sua esposa tomar providências a respeito. Eles dois montaram uma pequena mesa, no fundo da sala, para o idoso avô, distante da mesa familiar para que então o velho pudesse se alimentar. Mesmo assim sempre o filho escutava talheres caindo e pratos se quebrando.
E olhava de lado em advertência à situação, mesmo podendo ver à distância que o avô estava meio melancólico diante daquela situação. E então substituíram os pratos de louça do avô por uma tigela de madeira.
Pouco antes da refeição, o pai do menino de quatro anos de idade, viu o garoto com umas sucatas de maneira e perguntou a ele de maneira dócil e educada o que estava fazendo. O menino então respondeu com carinho e docilidade: “pai, estou fabricando uma tigela de madeira para você e mamãe para quando eu crescer lhes entregar!” Aquilo foi como a um golpe ao entrar no ouvido daqueles pais que ficaram mudos.
E quem olhasse poderia ver as lágrimas caírem de seus rostos. Mas imediatamente souberam o que fazer. Conduziram o avô naquela hora à mesa de refeição central e por qualquer razão nem o filho, nem a nora ficaram mais nervosos com as dificuldades que o avô apresentava na hora de se alimentar.
O que podemos aprender com essa história é no mínimo a cultivar melhor a paciência; reconhecer os erros e a pedir perdão. Lembramos ainda que as crianças intuitivamente prestam atenção em tudo o que acontece em casa e tendem a repetir as mesmas atitudes dos pais, quando se tornam adultos. Por fim não esqueçamos sempre de agradecer, pois a gratidão é a memória do coração.
(*) Capitão PM – Comandante da 210ª Cia PM/10º Batalhão.