Mesmo com os benefícios emergenciais pagos ao longo de 2020, 50 milhões de brasileiros viveu em situação de pobreza, caracterizada por renda individual inferior a R$450 mensais. Os números foram divulgados no dia 3 de dezembro, na Síntese de Indicadores Sociais, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
A consulta mostrou ainda que, no mesmo período, outros 12 milhões de pessoas viviam em extrema pobreza, com renda inferior a R$ 155. Na falta de uma metodologia brasileira para a realização dessas classificações, o IBGE utilizou os parâmetros do Banco Mundial, estabelecidos em dólar e convertidos para real. Somados, os grupos totalizam 62 milhões, que corresponde a 29% da população nacional.
Sem o benefício, a situação seria ainda mais grave. De acordo o instituto, a população em extrema pobreza seria mais que o dobro da atual: passaria de 12 milhões (5,7%) para 27 milhões (12,9%).
Já em situação de pobreza, o número passaria de 50 milhões (24,1%) para 67 milhões (32,1%). Seriam os maiores patamares da série histórica. No somatório, o país passaria dos 62 milhões de pessoas em situação de pobreza ou extrema-pobreza para 94 milhões.
Responsável por mensurar a desigualdade social, o Índice de Gini varia de zero a um. Quanto mais próximo do zero, maior a igualdade, quanto mais próximo de um, mais intensa é a desigualdade. Em 2020, o indicador ficou em 0,524, o que mostra uma redução de 3,7% em relação ao ano anterior, o que significa redução da desigualdade.
Contudo, conforme o IBGE, sem os programas sociais, a desigualdade aumentaria 2,3% em 2020, em relação a 2019, e o índice fecharia o ano em 0,560.
No Nordeste do país a alta seria ainda maior: 4,5%, passando de 0,598 em 2019 para 0,625 no ano passado. Contudo, com os programas, a região apresentou queda de 6,1% no indicador, estabilizado em 0,526.
*(Com informações do CNN Brasil).