A Polícia Civil de Minas Gerais concluiu o inquérito do caso do bebê encontrado, em janeiro, em uma calçada, na cidade de Salinas. Os pais da menina foram indiciados por abandono e homicídio qualificado, uma vez que recém-nascida não possuía condições de sobreviver sozinha e foi exposta a diversos riscos.
Em janeiro, uma família encontrou a bebê enrolada em uma manta, que tinha poucos dias de nascida. Desde então, a Polícia Civil começou investigar o caso na tentativa de localizar os pais. Segundo as investigações, inicialmente uma adolescente foi apontada como possível mãe da criança, mas antes de concluir o inquérito, a jovem cometeu suicídio.
Então, a Polícia Civil procurou todos os hospitais próximos à Salinas para buscar algum atendimento médico relacionado a parto de uma menina, mas também não teve resultados.
Diante da repercussão produzida acerca dos fatos e da gravidade do caso, um casal, residente em Montes Claros, distante 410 quilômetros de Salinas, se apresentou na delegacia de polícia confessando o abandono do bebê.
De acordo com o delegado José Eduardo dos Santos, todas as provas reunidas no inquérito policial indicam que a prática cometida por eles encontra-se amparada no crime de homicídio qualificado na forma tentada.
“Um dos pontos analisados é à distância percorrida pelo casal para que de forma voluntária abandonasse a recém-nascida, outro fator, é o horário em que isso foi feito, por volta das 3h da madrugada, em horário de baixa vigilância, no centro da cidade, lugar escasso de residências. A criança poderia não sobreviver devido ao frio extremo que fazia na noite dos fatos, e ainda, poderia sofrer com ataque de animais e picadas de insetos venenosos, dentre outros “, ponderou o delegado.
O ABANDONO
A análise também ressalta que os suspeitos optaram por uma via em que não havia câmeras de segurança, tudo isso, para dificultar as investigações e assegurar que não fossem identificados.
Segundo o delegado, há comprovação de que o crime foi premeditado passa pelos documentos recebidos do hospital onde parto foi realizado, nos documentos enviados não havia exame prévio, nem mesmo o pré-natal foi preparado antes do parto.
Os suspeitos justificaram a conduta aos problemas de ordem psicológica da mãe da criança, contudo, não provaram essa condição, pois, nenhum relatório foi apresentado na delegacia que comprovasse a doença psíquica.
No indiciamento o delegado concluiu que o casal agiu com dolo específico de homicídio quando abandonou a criança à própria sorte, haja vista, que poderiam tê-la deixado próximo a uma escola ou hospital, garantindo que ela fosse encontrada com maior brevidade.
A Justiça considera o meio insidioso ou cruel pelos desfechos que poderiam ocorrer e provocar a morte da criança.