Temos por cultura do brasileiro a procura por investimentos que tragam a segurança para aqueles que desejam algum retorno financeiro e isso pode ser visto no grande número de investidores na poupança e previdência privada, onde em 2018 tínhamos cerca de 89% destes com seu dinheiro em caderneta de poupança, enquanto isso, observamos um número muito menor em ações e outros investimentos considerados mais arriscados. Neste mesmo ano, apenas 2% dos investidores brasileiros detinham ações em bolsa de valores representando 813.291 pessoas ou cerca de 0,5% da população do país.
Em 2021, até o mês de abril, o número de pessoas investindo em bolsa de valores subiu para 3.687.026 representando um impressionante aumento de 353% nesses três anos, enquanto houve uma leve redução do número de aplicadores em poupança (de 89% para 86%).
Estes números são explicados por alguns fatores tanto econômicos como sociais que podem até se complementar, pois, como a poupança é diretamente ligada à taxa de juros básica do Brasil (SELIC) e esta saiu de 14,5% no seu auge para 2% no seu patamar mais baixo, fazendo com que a poupança tenha rendimentos abaixo da inflação, ou seja, o rendimento econômico se torna negativo.
Outro fator, foi o surgimento dos chamados influenciadores de finanças nas redes sociais, que trazem conteúdos atrativos e explicações de fácil entendimento para seu público. Temos ainda, através destes influenciadores a mudança na cultura da escolha de onde colocar o dinheiro, pois, apresentam que o risco de se investir em ações pode ser muito baixo ou talvez até próximo da segurança daqueles outros com menor rendimento.
Tudo isso mostra uma luz, porém, ainda há muito a que se mudar nesse perfil do brasileiro, pois, se comparados aos números de outros mercados como o americano, estamos a anos luz de chegar ao mesmo patamar, lá cerca de 65% da população investe em ações. Mas ainda assim não podemos desmerecer o desempenho brasileiro nesse meio, pois tivemos um avanço muito expressivo nesses últimos quatro anos.