Um gari, de 24 anos, sofreu um corte profundo na perna e precisou ficar afastado do serviço, após ficar ferido ao fazer a coleta de resíduos, no bairro Delfino Magalhães, em Montes Claros, na noite desta quinta-feira (15). O caso chama a atenção para o descarte de materiais cortantes misturado a outros tipos de produtos. Segundo relatos de trabalhadores da limpeza pública, esta não é uma situação rara.
“Eu usava os equipamentos de segurança e fazia a coleta quando de repente uma sacola de lixo que eu peguei tinha uma garrafa quebrada e no pegar, a ponta da garrafa ficou na ponta da sacola e eu não vi. Eu esperei cerca de dez minutos até o carro da empresa chegar e me levar ao hospital, onde fui atendido, a médica fez a limpeza e me deu sete pontos e estou sem condições de trabalhar por conta do risco de inflamar, com isso, vou ficar de três a quatro dias afastado”, relata o trabalhador que ficou ferido, Paulo Diego Ferreira Santos.
De acordo com a Secretaria Municipal de Serviços Urbanos, até o momento foram registrados oito casos de garis feridos com materiais perfurocortantes, um número alto, se comparado a 2017, onde nove, acidentes foram contabilizados.
“Caco de vidro e seringa, encontramos quase todo dia, tem morador que tem o bom senso e deixa separado em garrafa pet ou caixa, mas muitos deixam junto na sacola e solto. Como nós trabalhamos correndo, pegamos e nem vemos e por isso nos ferimos e pode ocorrer do ferimento ser grave. No final do ano irei completar três anos de serviço e já tive corte na mão com caco de vidro, mas pequenos ferimentos, não foi como dessa vez”, afirma Paulo Diego Santos.
O Secretário de Serviços Urbanos, Vinícius Versiani, lamentou o ocorrido e pediu a ajuda da população.
“Mais um Gari da coleta da nossa cidade sofreu um corte profundo em razão dos vidros descartados de forma incorreta pela população. Até quando? Vamos pedir nos grupos a colaboração e responsabilidade de todos para que isto não aconteça mais”, informou Versiani.
O que você pode fazer?
Para evitar acidentes, a principal arma é a conscientização da população. Seringas e agulhas devem ser entregues em uma unidade básica de saúde em caixa de papelão lacrada e identificada. Já outros materiais, podem ser descartados em garrafas pet.
“Casos como este acontecem com uma certa frequência e o principal cuidado é ao embalar os resíduos perfurocortantes em casa, a principal coisa quando quebrar um copo, uma jarra, uma faca velha ou qualquer outro material cortante é embalar em um material rígido. Geralmente aconselhamos é a garrafa pet que todo mundo tem em casa. Basta cortar, colocar o material dentro, fecha novamente, amassa um pouco, geralmente pedíamos para anotar hoje não pedimos mais não, a garrafa pet é muito resistente e evita o perigo de corte”, afirma o especialista em resíduos sólidos, Fabiano Oliveira.
Para Fabiano, o que mais oferece riscos são as seringas.
“Nós já tivemos casos de a seringa entrar na mão do gari e sair do outro lado, a população não preocupa com isso e o caso da seringa é muito sério porque tem o risco de doença e então é mais sério ainda. A dica mesmo é sempre que tiver material perfurocortantes acondicionar o material de forma que esteja eliminado o risco de acidente, não precisa ter receio se será coletado ou não, porque será. O material solto que é o que causa acidente, se você acondiciona o material e mistura no lixo você também elimina o problema e não terá risco, se vai colocar separado junto ou separado não importa, estando acondicionado como deve é o que é de fato importante”, afirma.