PAUTA DOS CANDIDATOS

A corrida eleitoral já está a pleno vapor. Os analistas consideram que uma eleição só está de fato nas ruas quando se inicia o horário eleitoral. Tenho acompanhado, na medida do possível, a postura dos candidatos a presidente no tempo que lhes cabe na TV. Tempo que para alguns que de tão curto, se torna completamente irrelevante. Já para outros, a TV é a tábua de salvação para tentar subir nas pesquisas, como é o caso de Geraldo Alkimin. Confesso que estou preocupado com a falta de consistência dos discursos dos candidatos. Com raras exceções as soluções propostas são frases de efeitos elaboradas pelos marqueteiros, desconexas da realidade de falta de recursos com que vive o estado. Penso que os postulantes ao Planalto ainda não se deram conta do problema que terão que enfrentar. O estado com o orçamento limitado contrasta com o a necessidade de investimentos para recuperação de competitiva. Em sabatinas na TV, onde o tempo o mesmo para cada candidato, podemos ter a clara percepção da falta de conexão com a realidade. Ciro Gomes por exemplo pautou sua política econômica nos mesmos pilares da fatídica “nova matriz econômica”; que fora implementada no governo Dilma, causando uma crise sem precedentes. Outra proposta no mínimo curiosa do candidato Ciro Gomes, é a retirada dos inadimplentes dos cadastros de restrição de crédito. O candidato repete isto como um mantra, sempre que tem a oportunidade de falar nas redes de TV reforça a promessa. A proposta é baseada na suposição de que devolvendo o crédito a estas pessoas seria restabelecido um nível considerável de consumo o que reaqueceria a economia. Voltamos no mesmo ponto, as tentativas mágicas já experimentadas e mal concluídas. Dilma também tentou algumas cartas do tipo como as desonerações da linha branca, retirada do IPI dos automóveis. Essas medidas são artificiais e não dão resultados de longo prazo. Basear o crescimento de uma economia do tamanho do Brasil no consumo é no mínimo irresponsável. O problema é que irresponsável ou não, o discurso tem encontrado ouvintes interessados, estimulando mais propostas rasas e desconexas no debate eleitoral.