MONETÁRIA X FISCAL

A taxa Selic, taxa básica de juros na economia, se encontra em sua mínima histórica. Esta cotação se deve em boa parte ao brilhante trabalho executado pelo ex-presidente do banco central Ilan Goldfaine sua equipe. As constantes reduções partindo do patamar de 14.25% a.a até atingir os atuais 6.5% a.a foram paulatinas, explicadas ao mercado dando sustentabilidade aos cortes.

Sabemos que uma taxa de juros baixa é um estimulante natural para o investimento produtivo, o dinheiro fica mais “barato” tanto para quem quer aumentar sua capacidade produtiva, quanto para consumidores comprarem a prazo. Outro ponto importante para o reaquecimento da economia é o nível de inflação, que também se encontra muito baixo (para os padrões brasileiros).

Pelo terceiro ano seguido iniciamos o ano com elevadas expectativas para o desempenho do PIB, 2017 que apontou como “o ano da mudança” revelou uma estabilização de 1%. 2018, o ano da consolidação também decepcionou, movimento que parece se repetir em 2019.

A pergunta que fica é: porque mesmo com um ambiente favorável o país não retomou de fato o crescimento econômico?  Reduzir ainda mais a taxa de juros provocaria melhoria no crescimento?

Acredito que não é a solução de curto prazo mais sustentável, mas não descartaria a possibilidade. Penso que a política fiscal é a resposta para nosso desempenho atual e também a solução de como voltarmos a crescer. Por mais que a política monetária tenha papel fundamental no estímulo ao crescimento, um país com as contas desajustadas e com a expectativa de piora neste cenário, não consegue inspirar a credibilidade necessária para a retomada do investimento.

Voltamos no discurso da reforma da previdência e do controle dos gastos. Apesar de já batido, é a solução para estimular uma verdadeira retomada. Reforçando que sou favorável a mais reduções na Selic, mas estimular a economia via política monetária neste momento, poderia provocar o crescimento com um preço (inflação) alto a pagar no futuro.