Após dois meses de reabertura dos bares e restaurantes em Montes Claros, na quarta fase de flexibilização das atividades econômicas, do plano “Avança Moc com Responsabilidade”, no dia 18 de junho, o setor começa a se aquecer. No entanto, cerca de 30% dos pequenos empresários fecharam as portas durante a pandemia do novo coronavírus, foi o que revelou o presidente do sindicato dos hotéis, bares, restaurante e similares, Tarcísio Edmar Figueredo Rosa, em entrevista ao portal Webterra.
“Nós tivemos no começo da flexibilização um movimento razoável, depois veio nova portaria fechando às 8 horas, então houve outra queda brusca. Um tempo depois tivemos outra flexibilização e agora após dois meses reabertos é que começamos, de fato, a melhorar um pouco”, diz.
A categoria ficou 90 dias fechada e segundo o presidente do sindicato, atualmente o setor trabalha com cerca de 50% do que era comercializado antes da pandemia. “Ficamos muito prejudicados porque tivemos que dispensar empregados, inclusive funcionários antigos que já tinham uma grande experiência. O faturamento caiu, muitas empresas tiveram que continuar pagando aluguel, energia, e até determinados impostos”, revela.
O empresário Diego Carvalho Moreira, é proprietário de um bar que fica no bairro Todos os Santos, na cidade. Com quase dois anos de funcionamento, possuía nove funcionários antes da pandemia, mas teve que dispensar a maioria deles, por causa da crise.
“Por três meses tentamos segurar a onda; ficamos somente eu e outro funcionário, o churrasqueiro e eu fazia as entregas, para tentar manter. Mas após a reabertura melhorou bastante, não consegui recuperar todo o prejuízo que tive durante a pandemia, mas está começando o sinal verde”, comemora.
Alguns funcionários já foram recontratados e hoje seis pessoas trabalham para que o bar volte a ter o faturamento que tinha antes do fechamento. Diego Carvalho revela que torce para que o setor continue funcionando e não tenha mais que fechar as portas, “o pior já passou”, finaliza.
Outros setores
Os setores de material de construção, farmácia, supermercado, gêneros alimentícios e lojas de variedades com segmentos populares que englobam utilidades domésticas, artigos eletrônicos e bicicletas tiveram avanço nos últimos meses; a informação é do presidente do Sindicato do Comércio de Montes Claros (Sindcomércio), Glenn Andrade.
Mas é preciso lembrar que muitos desses estabelecimentos estavam funcionando normalmente por se enquadrarem como comércio essencial. Ainda, segundo Glenn, “outro setor que vem se destacando, mesmo na pandemia, é o de confecções de roupas infantis, muito provavelmente pelo inverno prolongado neste ano”. O presidente do Sindcomércio ressalta que “houve uma expansão no quantitativo, mas se comparar o aumento no faturamento deve-se levar em conta a inflação, e aí podemos perceber que o ganho não é tanto quanto parece ser”.
Os demais setores em Montes Claros seguem em dificuldade e a dica do sindicato é apostar em algumas estratégias, como por exemplo as vendas on-line. “Para assim fidelizar o cliente e fazer com que o produto chegue até ele. Neste caso, as mídias sociais, whatsaap e email são aliados importantes para o empresário”, pontua.
Apesar dos problemas, Glenn Andrade revela que a situação na maior cidade do Norte de Minas poderia ter sido pior. “Entre os municípios do estado com 400 mil habitantes, Montes Claros está entre as menos afetadas pela pandemia, em outras palavras, aqui houve uma maior flexibilização do setor econômico, graças a um ótimo diálogo com o poder público”, finaliza.