O revisor da apelação do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, Leandro Paulsen, segue o voto do desembargador Gebran e mantém a condenação de Lula. Paulsen absolveu o ex-presidente no caso da mudança de Lula paga pela OAS, na qual a empresa pagou despesas do petista no valor de R$ 1,3 milhão. O revisor seguiu a sentença de Moro e de Gebran. No crime de corrupção passiva no caso do tríplex, o desembargador votou pela manutenção da condenação do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. “Lula agiu por ação e omissão para prática criminosa”. O desembargador disse ainda considerar que o tríplex configura propina da OAS ao petista, seguindo o entendimento do relator do processo, João Pedro Gebran Neto.
Paulsen abriu a votação lendo os crimes contidos na denúncia do Ministério Público Federal. “Presidentes da República, via de regra, são julgados no STF. Quanto maiores os poderes conferidos a alguém, maiores seus compromissos”, disse. O revisor também citou as diversas acusações da Lava Jato e ressaltou que não deve haver privilégios. “A lei é para todos”.
O presidente da 8ª Turma ainda lembrou que a Operação Lava Jato começou por causa de uma investigação junto a um posto de gasolina e citou o ex-ministro do Supremo Tribunal Federal Teori Zavascki, morto em janeiro do ano passado. “Dizia o saudoso Teori: puxa-se uma pena e vem uma galinha não se tinha ideia de onde isso chegaria”, declarou.
Paulsen relembrou a Lava Jato e reafirmou a importância dela nas investigações. “Lava Jato se dirigiu para tantos quantos estivessem desviando dinheiro”. E completa: “Não se aceita nessa corte condenações com base só em depoimentos de delatores”.