Detox pós-festas: mito ou realidade?

Sucos verdes e dietas restritivas realmente “limpam” o organismo após os excessos? Entenda o que é verdade — e o que é puro marketing.
Imagem: Internet
Sucos verdes e dietas restritivas realmente “limpam” o organismo após os excessos? Entenda o que é verdade — e o que é puro marketing.
Depois da festa, o arrependimento?
Após períodos de exageros alimentares — como ceias, churrascos e doces em excesso — é comum buscar soluções rápidas para “reverter o estrago”. Nesse cenário, surgem os famosos protocolos detox, geralmente à base de sucos, sopas, chás ou dias de jejum. Mas será que isso realmente funciona?
O que é “detox”, afinal?
“Detox” é a abreviação de desintoxicação, um processo natural e contínuo realizado pelo próprio corpo, especialmente pelos:
• Fígado;
• Rins;
• Intestino;
• Pulmões;
• Pele.
Esses órgãos trabalham em conjunto para metabolizar e eliminar toxinas, resíduos e substâncias indesejadas — sem precisar de sucos milagrosos ou dietas extremas.
Dietas detox funcionam?
Não da forma como costumam ser vendidas.
O que é mito:
• Nenhum alimento ou suco tem o poder de “limpar” o organismo sozinho;
• O corpo não acumula “toxinas” solúveis que possam ser removidas com chás ou alimentos “verdes”;
• Jejuns extremos ou dietas líquidas podem causar perda de massa muscular, hipoglicemia, tontura e efeito rebote.
O que é verdade:
• Alimentos naturais e anti-inflamatórios podem apoiar os órgãos de eliminação.
• Após excessos, retomar hábitos saudáveis ajuda a reduzir o inchaço, melhorar o sono e regular o intestino.
• Uma alimentação rica em fibras, água, frutas, vegetais e proteínas leves favorece a recuperação do organismo.
E os famosos sucos detox?
Podem ser incluídos como parte de uma alimentação equilibrada, mas não fazem milagre sozinhos.
Exemplo saudável:
Suco verde com couve, limão, pepino, maçã e gengibre;
→ Rico em fibras, antioxidantes e compostos anti-inflamatórios;
→ Benefício real: hidratação, saciedade, melhora do trânsito intestinal.
Mas lembre-se: é o conjunto da alimentação — e não um único copo — que faz a diferença.
Efeitos psicológicos do “detox” restritivo
• Pode reforçar a ideia de “culpa x compensação”;
• Estimula ciclos de restrição e compulsão;
• Pode aumentar o risco de transtornos alimentares, especialmente em mulheres e adolescentes.
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