Mário José Lisboa: lendário prefeito de Januária

Felizmente, no ano de 1.930, surgiu no cenário político do Norte de Minas Gerais o Sr. MÁRIO JOSÉ LISBOA, que, em uma atitude pioneira, passou a desenvolver, no município de Januária, um trabalho grandioso.
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Mário José Lisboa foi prefeito de Januária várias vezes - Foto: Divulgação

Participei da montagem de um projeto literário da trajetória de lideranças políticas de Januária. Com a participação das filhas do político, Norma e Ignez Lisboa, a vida e feitos do ex-prefeito:
“Conforme salientou o Sr. ROBERTO DE CARVALHO, em reportagem publicada, aos 06/06/1948, no Jornal “Gazeta do Norte”, Exemplar de nº 1.089, Páginas 01 e 02, “por muitos e longos anos, o Vale do São Francisco permaneceu no mais absoluto e criminoso esquecimento. Suas incalculáveis riquezas ficaram desprezadas, em detrimento de uma população desamparada, vitimada pelo impaludismo e pela verminose, desanimada de apelar em vão para os poderes constituídos para que o auxílio solicitado, amparando uma intensa população, trouxesse à nação brasileira uma nova aurora de progresso, com o aproveitamento das esplêndidas reservas existentes no grande e extenso Vale.

A máquina político-administrativa roceira e entregue somente aos interesses subalternos de homens que sempre se alienaram ao progresso da pátria não se movia ao encontro das justas aspirações do grande ideal da gente proba e patriótica do São Francisco.

Felizmente, no ano de 1.930, surgiu no cenário político do Norte de Minas Gerais o Sr. MÁRIO JOSÉ LISBOA, que, em uma atitude pioneira, passou a desenvolver, no município de Januária, um trabalho grandioso de soerguimento da zona ribeirinha”.


Filho de ANTÍSSIMO JOSÉ LISBOA e CELINA MONTEIRO LISBOA, MÁRIO LISBOA nasceu em Paracatu-MG, no dia 18/07/1904.

Veio com o seu irmão JONAS JOSÉ LISBOA, falecido em 07/09/1943, para Januária, na década de 20, para exercer a profissão de Agrimensor.

Casou-se em primeira núpcias com a Sra. EDERLINDA PINHEIRO DE AZEVEDO, natural do então distrito de Itacarambi, o popular Jacaré, que veio a falecer ainda jovem por problemas de parto.

No dia 23/12/1933, casou-se em segunda núpcias com a Sra. IGNEZ GENEROSO LISBOA (*24/06/1909 – †19/12/1991). Dessa união advieram dois filhos, DOUGLAS HAROLD LISBOA (*18/03/1935 – †09/10/1935) e NORMA CONSUELO GENEROSO LISBOA (*25/09/1943 – †15/03/1992), bem como duas netas, NORMA CELINA GENEROSO LISBOA E ALVES (*23/11/1971) e IGNEZ CONSUELO GENEROSO LISBOA E ALVES (*12/04/1973).

Foi líder do PSD e, posteriormente, filiou-se à ARENA. Duas vezes interventor. Eleito 04 vezes prefeito municipal, por quase unanimidade de votos: em 1946, de 1948 a 1950, de 1955 a 1958, e de 1967 a 1970. Tal fato, por si só, evidenciava aprovação e aceitação popular.

“MARÃO, como era carinhosamente tratado pelos seus amigos e correligionários, também elegeu vários outros prefeitos com o seu apoio, carisma e prestígio”, segundo atestou o Jornal “Tribuna do Vale”, aos 10/03/2001, no Exemplar de nº 02, na Página 06.

Além disso, realizou, à frente do município de Januária, um trabalho construtivo em benefício não somente do município, mas também de toda a região.

Figura carismática e combatida. Admirado por uns, perseguido por outros, MÁRIO JOSÉ LISBOA foi, inquestionavelmente, um grande político, um homem íntegro e um marco na história de Januária e de todo o Norte de Minas Gerais, como inclusive reconheceu o Jornal “A Hora de Januária”, aos 07/10/1995, no exemplar de nº 10, na Página 07, em uma edição comemorativa dos 135 anos de Januária.

“Figura lendária, cuja própria história reconhece e evidencia, procurando mostrar sua vida como exemplo a ser seguido pelos jovens políticos do momento”, foi o Sr. MÁRIO LISBOA, durante toda a sua existência, um cidadão probo e honrado, um líder político empreendedor, de caráter e de postura irrepreensível, acima de toda e qualquer mesquinharia.

Porto de Januária, em 1940 - Foto: Arquivo Pessoal/Claudionor Carneiro
Porto de Januária, em 1940 – Foto: Arquivo Pessoal/Claudionor Carneiro

Essa assertiva é notoriamente comprovada tanto pelas publicações jornalísticas e reportagens feitas por pessoas que ouviram e viram “in loco” o que ocorria em Januária durante as gestões do prefeito MÁRIO LISBOA, como também pelo testemunho do povo januarense, e pelas inúmeras obras e realizações do Sr. MÁRIO, dentre as quais destacamos:

1) Calçamento da cidade de Januária do Centro até o novo Terminal Rodoviário, incluindo diversos bairros e ruas, tais como:

  • Vila Boa Vista,
  • Avenida Cônego Ramiro Leite,
  • Ruas do Mercado Municipal
  • Ruas do Hospital Regional de Saúde, entre diversas outras.

2) Desenvolvimento de um acurado Plano Rodoviário, com a construção de diversas rodovias, ligando todos os distritos à sede e aos municípios vizinhos. Execução, apenas decorridos 04 meses de uma de suas administrações, de obras de reconstrução das estradas:

  • Januária a Posse (cidade em Goiás);
  • Januária a comunidade Poções (Manga);
  • Januária a Pandeiros (140 km);
  • Januária a São Joaquim (com a construação ainda de uma ponte sobre o rio Pandeiros).

Estas obras beneficiaram sensivelmente a zona rural. Além disso, foram realizadas com dificuldade, uma vez que, na época, não contava com máquinas apropriadas. Logo, as rodovias e estradas eram feitas, abertas e reconstruídas na base de enxada, enxadão, picareta, foice e machado.

3) Construção do Cais de Januária. Obra de proteção, cuja realização se deveu, em grande parte e quase exclusivamente, à ação esforçada do prefeito MÁRIO LISBOA e do deputado MANOEL NOVAES.

4) Doação do terreno e instalação da Escola Elementar Agrícola, antiga Escola Agrotécnica Federal de Januária, atual Instituto Federal do Norte de Minas Gerais – IFNMG -, em uma grande consecução para o aproveitamento de jovens da Região do Vale do São Francisco.

5) Implantação de um posto de vendas da secretaria da Agricultura do Estado de Minas Gerais e da Companhia Brasileira de Alimentos – COBAL, então situada na Praça Getúlio Vargas, Centro, no intuito de promover o barateamento dos utensílios agrícolas, o fornecimento de sementes e etc, aos agricultores e fazendeiros, facilitando-lhes o cultivo da terra, ministrando-lhes instruções preciosas e assessoramento.

6) Implantação da CASEMG, no intuito de promover o beneficiamento de arroz.

7) Fundação do Aero Clube de Januária e construção do respectivo hangar.

Cais de Januária - Foto: Divulgação/Internet
Cais de Januária – Foto: Divulgação/Internet

8) Introdução de melhoramentos no Aeroporto municipal, com a sua adaptação para aterrissagem de aviões de maior porte, como os da O.M.T.A., que, na época, faziam escala na cidade.

9) Incentivo à instalação e manutenção de linhas aéreas na região do Vale do São Francisco, tais como a via Aérea Nacional e a Comissão do Vale do São Francisco.

10) Construção da Escola Estadual Caio Martins, eficiente organização de amparo e recuperação do menor abandonado do Grupo de Orientação para o Trabalho, atual Escola Estadual Olegário Maciel de 1º e 2º Graus; da Escola Estadual Professor Onésimo Bastos e de diversas outras escolas primárias rurais.

Relevante frisar-se que, durante a gestão do prefeito MÁRIO JOSÉ LISBOA, em matéria de instrução, Januária não temia confronto com nenhum outro município circunvizinho. Na gestão de 1948, a cidade gozava de nível educacional satisfatório: um Ginásio reconhecido, escola Normal de 2º Grau com classes anexas e jardim de infância, um Grupo Escolar com cerca de 20 classes que funcionavam em 03 turnos, escola Rural federal, 02 escolas reunidas distritais, 02 bibliotecas, 03 associações de classe”.

A Educação Primária, por sua vez, também devidamente cuidada, mereceu especial atenção do prefeito Mário Lisboa. Em todo o município, a prefeitura mantinha 32 escolas primárias, sendo, somente na gestão de 1948, elevado o seu número para 40, com eficiente assistência de um inspetor de ensino municipal com permanente função junto às escolas Rurais, tornando o ensino organizado e rigorosamente ministrado de acordo com os métodos pedagógicos moderno.

11) Construção do antigo Terminal Rodoviário, do atual Mercado Municipal e do prédio onde hoje funciona o Fórum, situados, respectivamente, na Avenida Coronel Cassiano, na Praça Raul Soares e na Praça Dom Daniel, nº 14-A, no centro da cidade.

12) Construção do único Matadouro Municipal, em uma atitude pioneira no tocante à higiene e saúde públicas. Segundo ressaltou o Jornal “A Hora de Januária”, no Exemplar de nº 10, na Página 09, “este matadouro é atualmente uma necessidade, mas já foi realidade em Januária” durante as gestões do Sr. MÁRIO LISBOA.

13) Construção da Praça Tiradentes, Centro, na cidade.

14) Construção do Posto de Higiene e do Hospital Regional de Saúde -SESP -, atual Hospital Municipal, construído, inclusive, em lotes de terreno situados na Rua Coronel Serrão, Centro, cedidos ao município gratuita e benemeritamente, a pedido do Sr. MÁRIO, pela família de sua esposa, Sra. IGNEZ GENEROSO LISBOA.

15) Desenvolvimento de inúmeros projetos visando a utilização das riquezas naturais do Vale do São Francisco, tais como o tucum e a lavoura.

16) Aproveitamento da Cachoeira de Pandeiros como fonte produtora de energia elétrica. Neste sentido, construiu e inaugurou o prefeito MÁRIO JOSÉ LISBOA, no dia 26/10/1958, a Usina Hidrelétrica de Pandeiros, um poderoso marco de progresso econômico e sólida base do desenvolvimento desta nossa terra. Relevante mencionar que, até então, não contava com energia elétrica própria. Durante o dia, não havia iluminação elétrica, à noite era fornecida por um motor que funcionava somente até às 22 horas. Após este horário, contava a cidade com a “Luz da Usina Hidrelétrica do Piripiri”, que não passava de uma “brasa”.

17) Instalação do bispado de Januária. Em 1.950, MÁRIO LISBOA empossa solenemente o primeiro bispo da Diocese recém instalada, DOM DANIEL TAVARES BAETA NEVES. O ato contou com as presenças do presidente da República, JUSCELINO KUBITSCHECK DE OLIVEIRA, e do Governador do Estado, Dr. BIAS FORTES, além de várias personalidades eclesiásticas e civis.

18) Instalação do sistema de Água e Esgoto, da telefonia e do primeiro sinal de televisão, tendo sido, na oportunidade, instalada a Torre de Televisão.

19) Manutenção regular dos serviços municipais.

20) Incentivo e desenvolvimento de várias obras assistenciais e de caridade, tais como a realização de inúmeras promessas feitas em favor das obras sociais da Diocese, das Escolas-capelas, do Hospital São Vicente e do Asilo João XXIII.

21) Custeio pelo Sr. MÁRIO LISBOA, com recursos próprios, da distribuição de gêneros alimentícios para os desabrigados e as pessoas carentes da comunidade januarense durante as enchentes que assolaram a cidade, em tempos idos, sobretudo as dos Anos de 1.939 e 1.979.

Embora no Ano de 1979 não fosse o Sr. MÁRIO prefeito municipal, o mesmo não apenas matou gados de sua propriedade para fornecer carne à população, como também distribuiu leite e outros produtos extraídos de suas fazendas, onde, até mesmo, abrigou algumas famílias.

22) Incentivo à implantação da Agência Regional do IPSEMG, da qual é o Patrono.

Não bastassem todas as obras e realizações mencionadas, MÁRIO JOSÉ LISBOA foi ainda um político atuante e sempre atento aos anseios e necessidades do povo januarense, razão maior de toda a sua administração.

Igreja da Santa Cruz, em 1970 - Foto: Aldemário Colares/Arquivo Pessoal
Igreja da Santa Cruz, em 1970 –
Foto: Aldemário Colares/Arquivo Pessoal

O Sr. MÁRIO já se encontrava familiarizado com os problemas, dificuldades e incertezas deste nosso município e esforçava-se para transpor todos os obstáculos, bem servir a causa pública e fazer algo em benefício do povo. A todos atendia sem distinção. Não procurava saber condição social ou política. Recebia a todos em quaisquer condições, quer fosse rico ou pobre.

Comumente, visitava a zona rural e reunia-se com amigos na Praça Patrocínio da Mota, centro, onde mantinha contato direto e ouvia pessoalmente as reivindicações e os anseios da população ribeirinha, razão pela qual os seus correligionários e simpatizantes, via de regra, pessoas humildes desta nossa terra, eram chamados de “TURMA DO TOSTÃO, MARÃO”, “TURMA DO PEZÃO” ou, até mesmo, “TURMA DO MANDIOCÃO”. Termos estes que, embora usados com intuito pejorativo, tornaram-se o orgulhoso símbolo das campanhas de MÁRIO LISBOA e da valorosa “TURMA DO TOSTÃO CONTRA O MILHÃO”.

Como disse o Sr. MÁRCIO ARTUR TUPINÁ em um depoimento publicado no Jornal “Tribuna do Vale”, MÁRIO JOSÉ LISBOA era um homem resoluto e destemeroso. Era forjado de uma têmpera de bronze que cobre e fortifica os bravos. Jamais recuava diante de um desafio e nunca, em momento algum, fraquejou e se acovardou diante do perigo, porque sabia que era mais forte, muito mais forte do que aqueles adversários que usavam e abusavam da benevolência de Mário Lisboa em receber suas ofensas e injúrias.

O Sr. MÁRIO jamais se deixou dobrar pelo tráfico de influências e pelas intrigas e murmurações dos bastidores da política. Nunca compactuou com os conchavos políticos, com a falta de fidelidade e com a ciranda político-partidária. Jamais se afastou de seus eleitores e correligionários, sempre respeitou os amigos e, acima de tudo, os inimigos. Se queria dizer algo, dizia, não mandava recado. Fazer promessas para não serem cumpridas não era do seu feitio. As iniciativas eram tomadas conforme as possibilidades. Sem precipitação e sem exibicionismo.

Administrador honesto e de conduta ilibada, ao ser denunciado ao DOPS, no passado, acusado de irregularidades administrativas e desvio de verbas do erário público, MÁRIO JOSÉ LISBOA provou, de maneira irrefutável, que na Prefeitura de Januária, durante sua Administração, “HAVIA NADA MAIS, NADA MENOS, DO QUE HONESTIDADE ACUMULADA”. Via de consequência, após a devassa e a comprovação da retidão do Sr. MÁRIO, foram os denunciadores devidamente desmascarados, desmentidos e desmoralizados publicamente.

A isso, some-se ainda o fato de que MÁRIO LISBOA sempre se manteve na mais estreita ligação com as autoridades estaduais e federais, vigilante e atento para que oportunidades não escapassem no sentido de impulsionar o progresso da região do Vale do São Francisco.

Em um clima de paz e em um trabalho de estreita colaboração, visando à obra comum da prosperidade e do bem-estar dos ribeirinhos e da pátria, entregou-se ao mesmo esforço e ao mesmo ideal de seus aliados políticos. Relacionou-se com políticos atuantes e de irrepreensíveis postura e idoneidade, tais como MARECHAL LOTT, MARECHAL EURICO GASPAR DUTRA, JUSCELINO KUBITSCHEK DE OLIVEIRA, JOSÉ MARIA DE ALKMIM, BENEDITO VALADARES, GUSTAVO CAPANEMA, TANCREDO NEVES, GETÚLIO VARGAS, BIAS FORTES, PIO CANEDO, ISRAEL PINHEIRO, MANOEL DE ALMEIDA e muitos outros. Políticos estes com quem mantinha estreita relação de amizade e perfeita comunhão de ideais, princípios e interesses.

Tal comunhão de ideais e interesses ficou ainda mais evidente quando: a) O vice-presidente da República JOSÉ MARIA DE ALKMIM foi padrinho de casamento da filha, NORMA CONSUELO GENEROSO LISBOA; b) O Presidente da República JUSCELINO KUBITSCHEK DE OLIVEIRA visitou a cidade e, nos dias 25 e 26 de outubro de 1.958, instalou a Diocese de Januária e inaugurou a Usina Hidrelétrica de Pandeiros, numa deferência toda especial ao então prefeito municipal MÁRIO LISBOA e c) O Presidente da República MARECHAL EURICO GASPAR DUTRA inaugurou o Hospital Regional de Saúde – SESP.

Esses fatos comprovam, inequivocamente, a importância e a projeção política de MÁRIO LISBOA, um prefeito que trouxe ao município 02 Presidentes da República e que exerceu, por mais de três décadas, uma participação e liderança inconteste na história da nossa terra.

No ano de 1.971, nasceu com atresia de esôfago a sua neta NORMA CELINA GENEROSO LISBOA E ALVES. Na mesma época, diagnosticou-se que a Sra. IGNEZ GENEROSO LISBOA, esposa de MÁRIO LISBOA, estava com câncer de mama. Ambas, necessitando de tratamento médico especializado e permanente, transferiu com sua família para a cidade de Belo Horizonte, para estar sempre presente e cuidar de sua mulher e neta, deixando de se candidatar nas eleições futuras, ao cargo de prefeito de Januária, passando a atuar tão somente como líder político.

MÁRIO JOSÉ LISBOA faleceu no dia 13/11/1986, às 11 horas, em sua residência, aos 82 anos, devido a problemas pulmonares e circulatórios.

Por ocasião de seu falecimento, MÁRIO LISBOA estava filiado ao PMDB, atuando como conselheiro e mentor intelectual. Deixou familiares, amigos e companheiros de luta e idealismo. Acima de tudo, deixou o exemplo, a certeza e a evidência de que “EM TUDO QUE HÁ EM JANUÁRIA HÁ A CARACTERÍSTICA PREDOMINANTE DE SUA ATUAÇÃO”, conforme ressaltou um Escrito redigido pela Casa da Memória do Vale do São Francisco”.

Mário Lisboa com os políticos Tancredo Neves e José Maria Alkmin - Foto: Divulgação
Mário Lisboa com os políticos Tancredo Neves e José Maria Alkmin – Foto: Divulgação