De acordo com uma pesquisa realizada pelo Serasa o número de pessoas endividadas em Minas Gerais é de 40,59%, inferior à média nacional, que é de 44,04%. Os dados são do último Mapa da Inadimplência e Negociação de Dívidas no Brasil (2024).
A pesquisa apontou também que em julho houve diminuição de 29 mil mineiros inadimplentes em comparação a junho, uma queda de 0,4%.
O estudo mostra ainda que houve uma redução no valor médio das dívidas. O mineiro devia em julho uma média de R$ 5.183,80, uma diminuição de R$ 94,64 em relação a junho (R$ 5.278,44). É a primeira queda em seis meses.
“São dados animadores, se pensarmos que no período da pandemia tivemos mais de 60% da população economicamente ativa endividada”, analisa Leandro Gabriel, diretor-presidente do Instituto de Protestos de Minas Gerais (IEPTB-MG), órgão que colaborou na pesquisa.
Segundo dados da pesquisa, mais de 60% dos endividados têm entre 26 e 60 anos, sendo 50,3% mulheres e 49,7% homens, e o valor médio dos acordos fechados no Serasa Limpa Nome é de R$752. Os principais segmentos devidos são bancos e cartão de crédito (28,02%) e utilities (21,37%), como contas de água, luz e gás.
Para o especialista, uma das razões para a redução da inadimplência é a melhora na economia brasileira.
“Projetávamos um crescimento da economia em torno de 2,2%, que pode chegar a 2,5%. A expectativa é que o resultado positivo continue no segundo semestre, com a alta taxa de ocupação das pessoas em empregos e vagas temporárias”, diz.
Menos dívidas protestadas
A pesquisa revelou também que Minas Gerais registrou um aumento de 15,1% no cancelamento de dívidas protestadas no primeiro semestre de 2024 na comparação com o mesmo intervalo do ano passado, segundo o IEPTB-MG.
O protesto em cartório funciona como um mecanismo legal utilizado para oficializar a inadimplência de alguma pessoa em relação à dívida. Essa medida é acionada pelo credor quando o devedor deixa de honrar os seus compromissos financeiros, resultando em consequências das partes envolvidas.
“Isso significa que mais pessoas estão em dia com suas contas. Só neste primeiro semestre de 2024 foram mais de R$13 bilhões em dívidas protestadas”, afirma Leandro.
Mesmo em casos de protesto das dívidas, quando o valor não foi pago no prazo estipulado pelo cartório após a notificação, houve aumento nos cancelamentos.
Segundo a pesquisa, se compararmos o primeiro semestre de 2024 com o mesmo período do ano passado, é possível ver uma diferença significativa. Em 2023, foram mais de 30 mil contra mais de 40 mil cancelamentos de dívidas protestadas neste ano.
Os dados revelam que a maioria das dívidas são de contas básicas e, ao contrário do que o senso comum imagina, o mineiro e o brasileiro, em geral, buscam manter suas contas em dia.
“Grande parte das pessoas luta para manter o nome limpo, porque quando uma dívida é protestada o registro público da inadimplência pode acarretar a inclusão do devedor em órgãos de proteção ao crédito, como o Serasa, e restrições de crédito no futuro”, Leandro Gabriel, diretor-presidente do Instituto de Protestos de Minas Gerais (IEPTB-MG).
Para o presidente do IEPTB MG, a alta no cancelamento de títulos também foi puxada pela alteração na Lei 15.424/2004, que garantiu o desconto de 50% na quitação dos encargos cartorários associados ao cancelamento de títulos até 30 de abril de 2024. A medida foi válida apenas para títulos enviados a protesto entre 20/03/2020 e 31/12/2023 no território estadual.
Com informações de O Tempo