Muitos problemas de saúde quando tratados precocemente, as chances de cura são maiores. E com os oculares, não são diferentes, muitos deles ainda são detectados na infância, por isso a necessidade de ter um acompanhamento com um oftalmopediatra.
Segundo a Sociedade Brasileira de Pediatria, o ideal é que criança seja avaliada por um oftalmologista anualmente, mesmo que a criança não tenha sintomas oculares. Isso, claro, após a realização do teste do olhinho, que é obrigatório ao nascimento.
Para lidar com o público infantil, a consulta precisa ser dinâmica e objetiva, criando um laço de confiança com a criança e respeitando os limites impostos por ela. Lembrando que a consulta é possível ser realizada ainda nos primeiros meses de vida.
Através de tratamento precoce, a doença ocular pode ser tratada, com excelentes resultados de melhora. As alterações oculares mais comuns da infância são as relacionadas a erros de refração, no qual há necessidade de prescrição de óculos para miopia, hipermetropia e astigmatismo.
O estrabismo, também conhecido popularmente como “olhos tortos”, quando identificado precocemente e antes da formação completa da visão, pode ser tratado com sucesso em grande parcela das crianças.
Muitos desses problemas, se não tratado na infância, essa condição se torna irreversível.
A Organização Mundial de Saúde estima que no Brasil existam cerca de 32 mil crianças cegas. As causas mais comuns são: toxoplasmose congênita, catarata congênita, glaucoma congênito e retinopatia da prematuridade. Crianças prematuras devem ter um acompanhamento ainda mais frequente.
QUANDO FAZER O EXAME
Todo recém-nascido deve realizar o teste do reflexo vermelho, também conhecido como teste do olhinho ainda na maternidade. Em casos nos quais a mãe teve infecções congênitas ou doenças oculares hereditárias, esse exame deve ser ainda mais minucioso. O exame do recém-nascidos permitem o diagnóstico precoce de problemas como catarata congênita, glaucoma congênito e outras doenças oculares que podem ser hereditárias.
SINAIS
Os pais devem estar atentos quando a criança reclamar de dores de cabeça, alterações no brilho da pupila, desinteresse por leitura, baixo rendimento escolar, forçar a visão, lacrimejamento excessivo ou apresentar olhos desalinhados.
No pré-natal a mãe deve ter as orientações corretas sobre possíveis doenças, que podem afetar a visão do bebê.
“Apesar de não existir um pré-natal oftalmológico é possível fazer uma avaliação do globo ocular no ultrassom morfológico e sorologias para detectar infecções que podem levar a anomalias congênitas, que são o herpes, sífilis e tantas outras. Também é importante que logo que o bebê nasça seja realizado o teste do olhinho, que detecta alterações como catarata, glaucoma e até o retinoblastoma, que é um tipo raro de câncer que atinge a olho das crianças. O teste do pezinho que também identifica a toxoplasmose congênita, também deve ser feito rapidamente, garantindo o diagnóstico precoce”, explica a a oftalmologista Ana Luísa Aleixo, pesquisadora da Fiocruz.
Todos esses exames são gratuitos e oferecidos pela rede pública de saúde. Com os avanços atuais da oftalmologia, pelo menos 70% dos casos de cegueira e comprometimento visual avançado em crianças, poderiam ser evitados, se diagnosticados de forma preventiva.
Fazer o acompanhamento de rotina desde cedo é a melhor maneira de garantir a saúde ocular e a qualidade de vida da criança.