O número de casos prováveis de dengue, em todo o país, quase dobrou desde o começo do ano comparado ao mesmo período de 2021, segundo boletim epidemiológico divulgado pelo Ministério da Saúde.De acordo com o levantamento, foram registrados quase 400 mil casos prováveis de dengue, o que representa um aumento de 95% em relação ao mesmo período do ano passado. Até o momento, são 184 casos para cada 100 mil habitantes neste ano.
Para a segunda vice-presidente do Conselho Federal de Medicina, Rosylane Rocha, dois fatores podem explicar esse aumento considerável. O primeiro é que a dengue é uma doença sazonal, com maior incidência em períodos de chuva e calor. E, como este ano muitas regiões tiveram chuvas acima do esperado, favoreceu o acúmulo de água, situação propícia para o surgimento de focos do mosquito transmissor.
Outro motivo, segundo Rosylane Rocha, é que o medo da covid-19 fez muita gente procurar atendimento médico, aumentando os registros oficiais de casos de dengue, já que, no início as duas doenças têm sintomas parecidos.
Em Montes Claros
A Prefeitura de Montes Claros divulgou o resultado do primeiro LIRAa (Levantamento Rápido de Índices para Aedes aegypti) realizado em 2022. Feito entre os dias 17 e 21 de janeiro, o LIRAa apurou um índice de infestação predial de 14,3%, ou seja, de cada 100 casas pesquisadas pelos agentes do Centro de Controle de Zoonoses (CCZ) da Prefeitura, 14 apresentaram criadouros do mosquito Aedes aegypti, responsável pela transmissão da dengue, do zica vírus e da chikungunya. Até o dia 6 de abril, de acordo com dados atualizados pelos municípios, a área de abrangência da SRS Montes Claros contabilizava 3.058 casos notificados de dengue.
Os números confirmam que Montes Claros está em situação de alto risco para transmissão de arboviroses, conforme parâmetros do Ministério da Saúde, que preconiza índice inferior a 1% como baixo risco, 1% a 3,9% médio risco e, acima de 3,9%, como alto risco de disseminação.
Boletim do Ministério da Saúde
O boletim do Ministério da Saúde aponta que, até o momento, está confirmada a morte de 112 pessoas, das 280 que desenvolveram agravamento da dengue no país. Os registros ocorreram, principalmente, nos estados de São Paulo, seguido de Goiás, Bahia, Santa Catarina e Minas Gerais. Além disso, mais de 170 mortes ainda são investigadas e podem estar associadas à dengue.