O futuro da televisão aberta: entenda como vai funcionar a TV 3.0

A estreia da TV 3.0 está marcada para 2025, com emissoras-piloto em São Paulo e Brasília. A expectativa é que o sistema esteja disponível em todo o território nacional até a Copa do Mundo de 2026.
A televisão aberta brasileira está prestes a viver a maior transformação desde a chegada do sinal digital, em 2007. Trata-se da TV 3.0, também chamada de DTV+, um sistema que une radiodifusão e internet, com promessa de qualidade de imagem em até 8K, som imersivo e experiências interativas inéditas para o telespectador.
O que é a TV 3.0
A TV 3.0 é a evolução do atual modelo digital e foi desenvolvida em parceria entre governo, universidades e setor privado. O novo padrão pretende aproximar a TV aberta das plataformas de streaming, oferecendo navegação por aplicativos, conteúdos sob demanda e integração com a internet, sem abrir mão do sinal gratuito disponível em todo o país.
Principais novidades
Imagem e som avançados
A resolução passa do Full HD para o 4K e até o 8K, com suporte a cores mais vivas e contrastes aprimorados. No áudio, a novidade é o efeito imersivo: será possível, por exemplo, destacar o som da plateia ou do artista em um show.
Interatividade
O tradicional “zapping” de canais dá lugar a uma interface baseada em aplicativos. O telespectador poderá participar de enquetes ao vivo, escolher ângulos de câmera em transmissões esportivas, comprar produtos diretamente pela tela e acessar conteúdos extras de cada emissora.
Integração com internet
Embora muitas funcionalidades dependam de conexão, os canais continuarão disponíveis mesmo sem acesso à rede, mantendo o caráter inclusivo da TV aberta.
Publicidade personalizada
Anúncios e conteúdos poderão ser adaptados de acordo com o perfil do usuário, oferecendo às emissoras novas métricas e equilibrando a concorrência com plataformas digitais.
Acessibilidade e inclusão
A tecnologia vai ampliar recursos de legendas, audiodescrição e acessibilidade, além de manter alcance em áreas com pouca ou nenhuma conexão de internet.
Cronograma e implantação no Brasil
A estreia da TV 3.0 está marcada para 2025, com emissoras-piloto em São Paulo e Brasília. A expectativa é que o sistema esteja disponível em todo o território nacional até a Copa do Mundo de 2026.
A transição será gradual, com a convivência entre a atual TV digital (2.0) e a nova tecnologia por até dez anos. Inicialmente, será necessário o uso de conversores compatíveis, estimados em torno de R$ 400, até que os fabricantes lancem televisores com o sistema embutido.
Desafios
Entre os principais obstáculos estão o investimento das emissoras em infraestrutura, a produção de novos aparelhos compatíveis e o acesso à internet de qualidade. No Brasil, ainda há grande parcela da população sem conexão estável, o que pode limitar parte das funcionalidades mais avançadas da TV 3.0.
O que muda para o telespectador:
• Imagem em até 8K e som imersivo;
• Interatividade em tempo real com enquetes, múltiplos ângulos e compras integradas;
• Interface baseada em aplicativos, semelhante ao streaming;
• Propagandas e conteúdos personalizados;
• Mais recursos de acessibilidade.
A TV 3.0 inaugura uma nova era para a radiodifusão brasileira. Combinando a gratuidade e o alcance da TV aberta com os recursos de interatividade e personalização típicos do streaming, a tecnologia tem potencial para transformar a forma como milhões de brasileiros assistem televisão.