O Transtorno de Estresse Pós-Traumático (TEPT) é uma condição psicológica que se desenvolve após a vivência de situações extremas de ameaça ou sofrimento. Embora muitas vezes associado a experiências de guerra, o TEPT pode surgir em diferentes contextos, como acidentes graves, desastres naturais, violência urbana, assaltos, sequestros, relações abusivas e até mesmo após longos períodos de exposição a ambientes de constante tensão.
Os sintomas variam de pessoa para pessoa, mas há um padrão que costuma se repetir. Pacientes relatam reviver constantemente o trauma por meio de lembranças intrusivas, pesadelos ou até flashbacks, nos quais a experiência parece estar acontecendo novamente. Além disso, há uma tendência a evitar situações, lugares ou pessoas que lembrem o ocorrido, o que pode levar ao isolamento social.
Alterações emocionais e cognitivas também fazem parte do quadro. É comum o aumento da irritabilidade, crises de ansiedade, dificuldade para dormir, sensação de estar sempre em alerta e até lapsos de memória relacionados ao evento traumático. Muitas vezes, a vítima não consegue se concentrar em tarefas simples, o que prejudica sua vida escolar, profissional e pessoal.
Os exemplos mais emblemáticos vêm de soldados que retornam de zonas de guerra e continuam reagindo a sons altos como se estivessem em combate. Mas o transtorno não se restringe ao campo militar. Vítimas de violência doméstica, por exemplo, podem desenvolver TEPT ao reviver constantemente as agressões sofridas. Sobreviventes de acidentes de trânsito graves relatam crises de pânico ao tentar dirigir novamente.
Segundo especialistas, o TEPT não deve ser confundido com reações passageiras de estresse. Quando os sintomas persistem por mais de um mês e impactam de forma significativa a vida do indivíduo, é necessário buscar ajuda profissional. O tratamento geralmente envolve psicoterapia, especialmente a terapia cognitivo-comportamental, que auxilia o paciente a ressignificar o trauma, e em alguns casos, o uso de medicação pode ser recomendado para controlar a ansiedade e a insônia.
O reconhecimento do transtorno é fundamental para reduzir o estigma e oferecer caminhos de recuperação. O TEPT lembra que, mesmo quando o evento traumático já passou, suas marcas podem permanecer vivas na mente e no corpo. Falar sobre o tema é essencial para que vítimas encontrem acolhimento, compreensão e tratamento adequado.
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