Torcedor Político: Quando a paixão cega substitui a rãzão

O “torcedor político” não quer debater, não quer ouvir, não quer propor. Quer vencer o outro, a qualquer custo, como se a democracia fosse um jogo onde só importa humilhar o adversário

No Brasil, a política virou um campo de futebol. Não no sentido da estratégia e da competição saudável — mas no pior sentido possível: torcidas organizadas, paixões cegas e rivalidades irracionais. O “torcedor político” não quer debater, não quer ouvir, não quer propor. Quer vencer o outro, a qualquer custo, como se a democracia fosse um jogo onde só importa humilhar o adversário.

Esse tipo de eleitor não analisa propostas. Não compara planos de governo. Não cobra resultados. Defende seu “time” mesmo diante de escândalos, incompetência ou retrocessos. E o pior: muitas vezes ataca quem pensa diferente como se fosse inimigo, não adversário. A política, nesse cenário, perde seu papel nobre de construir caminhos coletivos e vira apenas uma guerra de narrativas.

O problema é que país nenhum avança com esse tipo de comportamento. Enquanto uns gritam por ídolos e outros acusam sem critério, os problemas reais continuam: escolas sucateadas, hospitais sem estrutura, empregos escassos, corrupção disfarçada de eficiência, retrocessos camuflados de tradição.


O Brasil precisa de cidadãos — não de torcedores.

Cidadãos que pensem com responsabilidade, que saibam cobrar resultados, que exijam propostas e que entendam que política é compromisso com o futuro, não um campeonato de vaidades.

A mudança começa quando deixamos de agir como fãs e passamos a agir como parte ativa da construção do país. Quando paramos de defender nomes e passamos a defender ideias. Porque, no fim das contas, não é o político que deve vencer — é o povo.