Na coluna desta semana, compartilho a narrativa do bancário aposentado do Banco do Brasil e ex-prefeito de Januária, Manoel Jorge de Castro. Trata-se de uma lendária história de perseverança, vivida nas fazendas Tatú, na zona rural de Januária, e Cristal, em Cônego Marinho.
Pai de vários filhos — entre eles, o querido Paulão da Cemig —, Vanjú foi um mestre na carpintaria e na arte das construções em madeira, com encaixes perfeitos: casas de engenho, dornas e casarões. Também atuou como tratorista, transportando cana para o engenho da fazenda Tatú, além de materiais para a fazenda Cristal, e levando mercadorias e crianças da comunidade do Tatú para Januária no período de volta às aulas.
Muito antes da chegada da tecnologia GPS, o papel do balizador era essencial. Nesse contexto, ele prestou relevantes serviços acompanhando o engenheiro agrônomo Francisco de Castro, em incontáveis trabalhos de topografia pela região. Tive a honra de acompanhá-los em algumas dessas jornadas — um aprendizado inesquecível.
Seu Vanjú e dona Maria de Vanjú, sua esposa, viveram — e sua família ainda vive — uma história que não se pode separar. Existe entre nós uma ligação familiar divina, que não se explica; apenas se sente.
Nos agradáveis e memoráveis momentos vividos no casarão da fazenda Tatú, os dias de trabalho e as rodas de conversa à noite — repletas de histórias envolventes — marcaram nossa convivência. Sempre com dona Maria coordenando os afazeres domésticos, com sua alegria e disposição características. Esses encontros se repetiram por bons e longos anos, em um convívio prazeroso que nos trazia alegria e bondade. Eles estavam presentes em todos os momentos da nossa família, tanto nas celebrações quanto nas dificuldades.
Ao se mudarem para Januária, o casal viveu muitos anos na residência da rua Mata Machado, onde continuaram, com o mesmo zelo, a cuidar dos filhos e a construir uma história de respeito e dedicação. Essa trajetória maravilhosa agora tem continuidade na vida dos filhos, que seguem os exemplos de honradez e trabalho herdados desse casal lendário.
Vanjú, um homem de confiança; Maria de Vanjú, uma mulher sempre presente.
Eu, Manoel Jorge, junto de Nancy e nossos filhos, agradeço a Deus por ter feito parte e poder compartilhar alguns fragmentos dessa história.
