Começaram a ser vendidas nesta segunda-feira (4) as primeiras canetas injetáveis totalmente fabricadas no Brasil para o tratamento da obesidade e do diabetes tipo 2. Os medicamentos, que levam os nomes comerciais de Olire (para obesidade) e Lirux (para diabetes), são baseados na substância liraglutida, já utilizada em tratamentos reconhecidos no país.
A chegada das novas canetas representa um avanço significativo tanto no acesso quanto no custo desses tratamentos, tradicionalmente importados e com preços elevados. Com a produção nacional, os valores devem ficar até 20% mais baixos que os medicamentos de referência, o que pode beneficiar milhares de pacientes que dependem dessas terapias de uso contínuo.
Primeira distribuição
Inicialmente, as canetas estão disponíveis em grandes redes de farmácias das regiões Sul e Sudeste. A expectativa é de que a oferta seja expandida gradualmente para outras localidades nas próximas semanas. Estão sendo distribuídas, neste primeiro momento, 100 mil unidades de Olire e 50 mil de Lirux, com previsão de atingir meio milhão de canetas no mercado até agosto de 2026.
Indicações e aplicação
As novas canetas são aplicadas diariamente por via subcutânea, com doses ajustadas conforme orientação médica. A Olire é indicada para o tratamento da obesidade em adultos e adolescentes a partir de 12 anos, especialmente em casos com comorbidades, como hipertensão ou colesterol elevado. Já a Lirux é voltada ao controle do diabetes tipo 2 em pacientes a partir de 10 anos.
Ambas as versões atuam reduzindo o apetite e contribuindo para o controle glicêmico, promovendo perda de peso e melhora nos índices de saúde metabólica.
Produção e tecnologia nacional
Os medicamentos são produzidos em uma moderna unidade de síntese química de peptídeos, o que garante maior pureza ao princípio ativo e maior capacidade de produção. A fábrica nacional tem potencial inicial para produzir 20 milhões de canetas por ano, com possibilidade de dobrar esse volume nos próximos anos.
O investimento total no projeto ultrapassou R$ 1 bilhão e consolida o Brasil como um dos poucos países com capacidade técnica para desenvolver e fabricar esse tipo de medicamento.
Próximos lançamentos
Além das canetas com liraglutida, o mercado brasileiro se prepara para receber, a partir de 2026, versões nacionais da semaglutida, princípio ativo presente em medicamentos como Ozempic e Wegovy. Com a previsão de queda da patente no país, laboratórios nacionais já se movimentam para lançar suas próprias versões, o que deve aquecer ainda mais o mercado e ampliar as opções terapêuticas com aplicação semanal.
Avanço no tratamento e mais acessibilidade
A chegada das canetas Olire e Lirux marca uma nova etapa no tratamento da obesidade e do diabetes no Brasil. Com a produção local, o país avança na independência farmacêutica e oferece alternativas mais acessíveis e eficazes para duas das condições de saúde mais prevalentes entre os brasileiros.