A aguardada ponte sobre o Rio São Francisco, que ligará as cidades de Manga e Matias Cardoso, no Norte de Minas, começa a sair do papel. Com 1.160 metros de extensão e 13,8 metros de largura, a nova estrutura viária promete transformar a realidade de milhares de moradores da região ao facilitar o deslocamento de pessoas, bens e serviços em uma das áreas mais carentes de infraestrutura do estado.
Mais do que uma obra de engenharia, a ponte representa um passo importante para a integração regional e o desenvolvimento do semiárido mineiro. A travessia irá substituir o atual sistema de balsas, responsável por constantes atrasos e dificuldades logísticas, e facilitará a conexão entre municípios como Jaíba, Montalvânia, Juvenília, Miravânia, Itacarambi, Januária, Janaúba e Montes Claros — sendo o último, importante polo de saúde, educação e comércio do Norte de Minas.
A nova ligação também será estratégica para o escoamento da produção agropecuária da região, especialmente do Projeto Jaíba, o maior projeto público de irrigação da América Latina, além de facilitar o acesso a mercados consumidores no Noroeste de Minas, no oeste da Bahia e até mesmo no Nordeste do país.
Outro impacto importante será na mobilidade de estudantes, trabalhadores e pacientes que buscam atendimento médico em cidades vizinhas. A redução no tempo de viagem, o aumento na segurança das travessias e o estímulo ao turismo são benefícios diretos esperados com a obra. A expectativa é de que o fluxo para o Vale do Peruaçu, reconhecido recentemente como Patrimônio Natural Mundial pela Unesco, também seja impulsionado.
Além da ponte principal, o projeto inclui uma variante de quase 3 quilômetros de extensão para interligar a travessia às rodovias MG-401 e MGC-135, além de interseções de acesso às cidades e comunidades próximas, com pontos de embarque e desembarque para o transporte coletivo.
Com a conclusão da licitação e a definição do consórcio vencedor, a previsão é que as obras tenham início em breve. A movimentação inicial envolverá a instalação do canteiro de obras, mobilização de trabalhadores e máquinas, e a preparação da infraestrutura para o início efetivo da construção.
A nova ponte é vista como uma conquista histórica para a população ribeirinha e todo o Norte de Minas, abrindo caminhos para o progresso, a integração e uma vida mais digna para os milhares de mineiros que, há décadas, aguardam essa travessia.