O assassinato de Nicolly Fernanda Pogere, adolescente de 14 anos, tem gerado comoção em todo o país. Ela desapareceu no início da semana e foi encontrada morta na última sexta-feira (18), em Hortolândia, no interior de São Paulo. O corpo foi localizado próximo a uma lagoa, em condições que apontam para um crime de extrema violência.
Detalhes do crime
Nicolly sofreu traumatismo craniano, golpes de faca e cortes profundos no abdômen. Seu corpo foi parcialmente esquartejado — braços e pernas estavam ausentes — e envolto em lençóis e uma lona plástica. Havia pedras junto ao corpo, indicando uma tentativa de ocultação.
Nas costas da vítima, os investigadores encontraram a inscrição “PCC”, o que levantou, a princípio, a hipótese de envolvimento com facções. Contudo, a polícia trabalha com a possibilidade de que essa marcação tenha sido feita para desviar o foco da verdadeira motivação do crime.
Principais suspeitos
Dois adolescentes estão no centro das investigações: um jovem de 17 anos, ex-namorado de Nicolly, e a atual namorada dele, de 14 anos. A suspeita é de que o crime tenha sido motivado por ciúmes, o que levanta a hipótese de feminicídio com motivação passional.
Na residência do ex-namorado, a polícia encontrou vestígios de sangue. A perícia está sendo realizada para confirmar se há relação direta com a morte de Nicolly.
Captura e investigação
Os adolescentes fugiram para o Paraná, mas foram localizados e apreendidos no domingo (20) em Cornélio Procópio. Ambos tiveram a internação provisória decretada e devem ser encaminhados à Fundação Casa, em Campinas (SP).
Durante as diligências, descobriu-se que a avó materna de um dos suspeitos teria ajudado na fuga e escondido os celulares dos envolvidos. Os aparelhos foram apreendidos e estão em análise.
Quem era Nicolly
Natural de Mococa (SP), Nicolly estava em Hortolândia passando as férias na casa dos avós. Amigos e familiares a descrevem como uma jovem doce, criativa e muito amada por todos. O desaparecimento foi registrado após ela sair para se encontrar com o ex-namorado e não retornar.
A polícia trata o caso com prioridade absoluta, aplicando o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) por envolver menores de idade. A brutalidade do crime e a idade dos envolvidos geraram grande comoção social e acenderam o debate sobre violência entre adolescentes.
