A Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG) deflagrou nesta quarta-feira (17), em Espinosa, no Norte do estado, a segunda fase da Operação Vox Vacua. A ação teve como objetivo desarticular uma organização criminosa suspeita de praticar estelionatos majorados, lavagem de dinheiro, uso de documentos falsos, associação criminosa e litigância predatória. Veículos, documentos e dispositivos eletrônicos foram apreendidos.
De acordo com as investigações, o grupo atuava de forma estruturada e segmentada, com núcleos operacionais, jurídicos e logísticos autônomos. Os alvos se aproveitavam da vulnerabilidade de vítimas como idosos, pessoas com deficiência e analfabetos para aplicar os golpes de maneira articulada e reiterada.
Para dar aparência de legalidade aos crimes, a quadrilha utilizava empresas de fachada, escritórios disfarçados de assessorias jurídicas, plataformas tecnológicas e procurações adulteradas. A partir desses instrumentos, promoviam judicializações fraudulentas e movimentações patrimoniais suspeitas.
Durante a operação, foram cumpridos cinco mandados judiciais de sequestro de bens, com o objetivo de bloquear patrimônios obtidos por meios ilícitos. Entre os bens apreendidos estão um caminhão VW 8.120, uma motocicleta, um Jet Ski Sea-Doo com carretinha, um veículo BMW X3 e um caminhão VW 17.220 Euro3 Worker, localizado em uma pedreira na cidade de Urandi, na Bahia.
Além dos veículos, também foram recolhidos documentos, contratos, dados bancários e dispositivos eletrônicos que serão analisados pela equipe investigativa.
O delegado Eujécio Coutrim, responsável pela operação, destacou a complexidade do esquema e o perfil dos investigados. “Estamos lidando com uma organização que opera com alto grau de sofisticação e frieza. Usavam conhecimento jurídico e recursos tecnológicos para enganar pessoas em situação de extrema vulnerabilidade. Essa segunda fase da operação visa estrangular o fluxo financeiro da organização e aprofundar a responsabilização criminal dos envolvidos”, afirmou.
O delegado também informou que novas vítimas estão sendo ouvidas e que as investigações seguem em andamento. Novas diligências não estão descartadas.
