A palavra que (re)começa: o poder de reescrever a própria história

E se pudéssemos escrever novo meio no lugar do que pareceu perdido?

Toda história tem começo, meio e fim. Mas… e se pudéssemos escrever novo meio no lugar do que pareceu perdido?

Nas aulas de Língua Portuguesa, costumo dizer que texto bom é texto vivo. Aquele que respira, muda, se transforma. E, se somos feitos de histórias, será que não somos também textos inacabados?

É com esse espírito que nasce meu projeto “40 anos em 4” — jornada pessoal e pública de reconstrução. Uma forma de dizer a mim mesma (e talvez a você, que me lê agora): a vida não está dada, ela é escrita em tempo real.


Quantas vezes fomos silenciadas? Quantas vírgulas mal colocadas tentaram interromper nossos planos? Quantas reticências fingiram ser ponto final?

A linguagem tem esse dom de nos revelar e, ao mesmo tempo, de nos aprisionar. Palavras mal ditas ferem. Palavras ausentes doem. Mas palavras assumidas, cuidadas, ditas com coragem — essas curam. Por isso, escrever sobre minha jornada aos 40 anos é também exercício de linguagem: trocar o “já era” pelo “ainda dá tempo”, o “fracassei” pelo “recomeço” é vital.

Na Gramática da vida, talvez o mais importante não seja decorar as regras, mas saber quando ousar quebrá-las com propósito. Afinal, há erros que nos ensinam mais que qualquer acerto.

Diante disso, convido você, leitora e leitor, a refletir: se sua vida fosse um texto, que tipo de narrador você seria? Onisciente ou personagem? Passivo, distante, o, envolvido, corajoso? Você tem dado voz aos próprios desejos ou tem deixado que outros escrevam suas linhas?

“40 anos em 4” é sobre isso: não é corrida contra o tempo, mas compromisso com a autenticidade. Uma reescrita possível — com erros, sim, mas também com intenção, poesia e verdade.

Porque, no fim, a melhor redação que podemos entregar é a da nossa própria vida — escrita com consciência, revisada com afeto e assinada com coragem.

Vamos juntos nessa trajetória?