Um adolescente, de 14 anos, foi apreendido pela Polícia Civil nessa quarta-feira (25) em Itaperuna, interior do Rio de Janeiro, após confessar que matou os pais e o irmão mais novo, de apenas três anos, no último sábado (21).
Segundo a PC, o menor de idade cometeu o crime porque os pais, de 45 e 37 anos, eram contra um relacionamento virtual que o garoto mantinha com uma adolescente que mora no estado do Mato Grosso. Os pais teriam impedido o menino de viajar para encontrar a webnamorada.
De acordo com as investigações, os dois se conheceram através de um jogo on-line. Conforme os policiais civis, o adolescente demonstrou frieza durante o depoimento e disse que “faria tudo de novo”.
Ainda de acordo com a polícia, o menor relatou que esperou que os pais dormirem para pegar a arma do pai, escondida debaixo da cama. O homem tinha autorização e registro da arma, pois era Colecionador, Atirador Desportivo e Caçador (CAC).
Assim que pegou a arma, o garoto foi ao quarto dos pais e atirou na cabeça deles, matando-os. Após as duas primeiras mortes, ele seguiu para o quarto do irmão caçula e atirou no pescoço dele, matando o terceiro membro da família.
O adolescente contou aos investigadores que utilizou produtos de limpeza no chão para que os corpos deslizassem e os arrastou sozinho para a cisterna da casa, no distrito de Comendador Venâncio.
Mentiras
Dias após o crime, parentes estranharam a falta de notícias e perguntaram ao garoto sobre os pais dele. O infrator mentiu, dizendo que eles tinham levado o irmão ao hospital porque o menino teria se machucado ao engolir um caco de vidro.
Sem conseguir contato com os familiares, a avó e um tio procuraram a polícia. Os investigadores suspeitaram da versão contada pelo menino ao fazerem buscas pelos hospitais da região e não acharem nenhum registro de atendimento com os nomes das vítimas.
“Pelo que a gente percebeu na casa, a cisterna ficava entre 4 a 5 metros de distância do quarto. Não era muito longe”, disse o delegado.
A arma usada pelo adolescente foi apreendida na casa da avó. A mulher contou à polícia que encontrou o armamento na casa do neto e a recolheu com medo de que o menino pudesse se machucar. Os agentes acreditam que ela não participou e nem sabia do crime.
Quando os policiais civis foram à casa da família para investigar o caso, sentiram um forte cheiro vindo do quintal da casa e no momento em que foram verificar a cistena, encontraram os corpos das três vítimas, já em estado avançado de decomposição.
Ao confrontarem a versão dos fatos narrada pelo adolescente, ele confessou os crimes.
“Ele foi muito espontâneo ao contar como cometeu os crimes. É um menino frio, sem remorso. Perguntamos se ele se arrependia, e ele disse que não, que faria tudo de novo. As respostas que ele nos deu foram rápidas e o tempo todo ele se autoafirmava como homem. Tinha um “que” de psicopatia. Ele pode ter premeditado tudo ou é um menino muito inteligente”, concluiu o delegado responsável pelo caso.

*Com informações de Veja, G1 e Metrópoles