Parentes: saber manter a distância (pelo bem da saúde mental e da sintaxe)

Outros são tão distantes que lembram aqueles termos soltos, que a gente até esquece que fazem parte da frase.

Tem parente que é tão grudado que parece vírgula mal colocada: está ali, enfiado onde não devia, interrompendo o fluxo natural das coisas. Outros são tão distantes que lembram aqueles termos soltos, que a gente até esquece que fazem parte da frase.

E por falar em gramática… Vamos combinar que parentes e sintaxe têm muito em comum: o segredo é saber quando se aproximar… e quando manter a distância saudável.

Assim como um sujeito e um predicado precisam de certa harmonia (mas sem excessos de conectivos desnecessários), nós também precisamos aprender a colocar pontuação nos relacionamentos familiares. Tem hora de ponto final. Tem hora de dois-pontos (quando você precisa explicar seus limites). E, principalmente, tem hora de parênteses: aquele espaço reservado para comentários laterais… que não precisam estar no centro da sua vida.


Sabe aquele primo que só aparece para dar palpite, mas nunca ajuda a resolver nada? Linguisticamente, ele é tipo uma oração subordinada mal encaixada: só serve para confundir o sentido principal da sua história.

O recado linguístico (e de vida) de hoje é:
👉 Nem toda vírgula precisa ser lida com ênfase.
👉 Nem todo parente precisa estar perto o tempo todo.
👉 E, quando for necessário, use um belo travessão para marcar limites com clareza.

Parente bom mesmo é aqulele semelhante a adjunto adverbial: aparece de vez em quando, dá uma informação extra… mas não atrapalha o sentido principal da sua vida.

A verdade é que, assim como na Língua Portuguesa, no convívio familiar também existem os excessos. Tem parente que é igual vírgula mal colocada: interrompe onde não devia, aparece no meio de um assunto que não é dele e ainda gera confusão.
Tem outros que são como aquele parágrafo desnecessário: você tenta pular, mas a criatura insiste em voltar pro enredo.

Aliás, sabe aquele tio que só liga pra perguntar da sua vida, mas nunca te oferece um café? Linguisticamente falando, ele é uma oração subordinada adverbial de intromissão. E, acredite, a melhor resposta pra ele é um belo ponto final.