Empresas devem priorizar saúde mental: será que as novas regras contra burnout já estão funcionando?

No final do mês de maio, entraram em vigor novas normas para empregadores que visam combater o burnout no ambiente de trabalho. As empresas passaram a ter a obrigação de identificar e gerenciar riscos psicossociais — como estresse, assédio e sobrecarga mental — em seus Programas de Gerenciamento de Riscos (PGR).
Imagem: Internet

A pressão por alta produtividade tem levado muitos jovens a rotinas exaustivas, com jornadas que começam cedo e poucas pausas para descanso. Essa realidade tem contribuído para o aumento dos casos de burnout, especialmente entre quem está começando a carreira.

No final do mês de maio, entraram em vigor novas normas para empregadores que visam combater o burnout no ambiente de trabalho. As empresas passaram a ter a obrigação de identificar e gerenciar riscos psicossociais — como estresse, assédio e sobrecarga mental — em seus Programas de Gerenciamento de Riscos (PGR). A iniciativa é um avanço importante para a saúde mental dos trabalhadores, especialmente os jovens, que enfrentam uma cobrança intensa por produtividade.

No entanto, ainda há dúvidas sobre a efetividade dessas medidas. Será que as empresas estão realmente preparadas para implementar essas mudanças? Muitos especialistas apontam que, apesar da legislação, a cultura do excesso de trabalho e da alta demanda continua presente em muitos setores.


Dados da International Stress Management Association (Isma-BR) mostram que o Brasil permanece entre os países com maior índice de burnout, ficando atrás apenas do Japão. Uma pesquisa do IT Forum aponta que quase metade dos jovens com menos de 30 anos está em risco de desenvolver a síndrome.

Especialistas reforçam que além da legislação, é fundamental que as organizações promovam o equilíbrio entre produtividade e saúde mental. O estímulo ao “ócio criativo” — momentos de pausa e reflexão que ajudam na renovação mental e na criatividade — deve ser incorporado no dia a dia dos trabalhadores.

A perspectiva para o futuro depende da conscientização das empresas e da sociedade em geral sobre a importância de cuidar da saúde mental. Se essas normas forem cumpridas à risca, o cenário pode melhorar, mas isso exige mudança cultural e compromisso real com o bem-estar dos colaboradores.

Enquanto isso, muitos jovens seguem vivendo a rotina estressante que alimenta o burnout. Resta saber se as novas regras serão o suficiente para mudar essa realidade a tempo.