PCMG conclui inquérito e aponta crimes sexuais contra crianças cometidos por cabeleireiro em Rio Pardo

As investigações tiveram início em 2022, a partir de denúncias que apontavam comportamentos e atitudes suspeitas do investigado em conversas que ele manteve com algumas testemunhas em aplicativos de relacionamento LGBTQIA+ e nas redes sociais, nos quais ele demonstrava interesse por crianças e adolescentes. Uma testemunha procurou o Ministério Público na época para que o caso fosse investigado, suspeitando de que o suspeito cometesse pedofilia.

A Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG) concluiu, nessa segunda-feira (9/6), o inquérito policial que resultou no indiciamento de um homem suspeito de praticar crimes sexuais contra crianças e adolescentes em Rio Pardo de Minas, região Norte do estado. O suspeito foi preso durante a operação Caminhos Seguros, deflagrada no último mês.

Investigação

As investigações tiveram início em 2022, a partir de denúncias que apontavam comportamentos e atitudes suspeitas do investigado em conversas que ele manteve com algumas testemunhas em aplicativos de relacionamento LGBTQIA+ e nas redes sociais, nos quais ele demonstrava interesse por crianças e adolescentes. Uma testemunha procurou o Ministério Público na época para que o caso fosse investigado, suspeitando de que o suspeito cometesse pedofilia.


Na época, foi instaurado o inquérito policial e, durante as investigações, foram reunidos elementos que indicavam a participação do investigado em grupos voltados à disseminação de conteúdo pornográfico envolvendo crianças e adolescentes, além de indícios de que ele estivesse se utilizando da profissão de cabeleireiro para se aproximar de potenciais vítimas, geralmente meninos e pré-adolescentes, para cometer abusos.

Caminhos Seguros

Em maio deste ano, durante a operação Caminhos Seguros – Luz na Escuridão, foi cumprido mandado de busca e apreensão contra do suspeito, ocasião em que o celular dele foi apreendido e o investigado preso em flagrante. Durante a análise pericial no aparelho foi confirmada a existência de arquivos com conteúdo ilícito relacionado a abuso sexual infantil.

No decorrer dos trabalhos realizados pelas delegacias em Rio Pardo de Minas e a Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher (Deam) em Taiobeiras, foram identificadas e ouvidas algumas vítimas que relataram situações de constrangimento, abuso e importunação sexual pelo suspeito, sendo que a maioria delas eram menores de 14 anos, à época dos fatos.

Todas narraram situações que ocorreram em contextos semelhantes, geralmente quando ficavam a sós com o suspeito para cortar cabelo, revelando que ele mantinha certo padrão de abordagem e maneira de agir.

Constatou-se, ainda, que o suspeito utilizava sua atividade profissional para se aproximar das vítimas e ficar sozinhas com elas, ocasião em que aproveitava para introduzir assuntos sexuais inapropriados para a idade das vítimas e tocá-las de maneira indevida.

De acordo com a delegada Mayra Coutinho, responsável pelo inquérito, o suspeito foi indiciado pelos crimes de estupro de vulnerável contra duas vítimas, importunação sexual contra uma terceira pessoa, além dos crimes de armazenar e compartilhar material de pornografia infantil, previsto no Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA).

Com as provas coletadas, a delegada ressalta que representou pela manutenção da prisão preventiva e esclarece que, caso seja condenado, o somatório das penas pode chegar a 45 anos de prisão.

Mayra, salienta ainda, que a Polícia Civil continua investigando a possível existência de outras vítimas e reforça o seu compromisso com a proteção integral de crianças e adolescentes. “Orientamos que qualquer suspeita de abuso seja denunciada imediatamente pelos canais oficiais da PCMG ou de forma anônima pelo Disque Denúncia”, pontuou.