A morte repentina de Ana Luiza Ferreira das Neves, de 17 anos, após comer um bolo de pote entregue com um bilhete anônimo, expôs um caso chocante que envolve traição, premeditação e repetição de um crime. Abaixo, veja a ordem dos fatos que levou à identificação da suspeita — uma colega da vítima que, segundo a polícia, já havia tentado envenenar outra jovem semanas antes:
- 15 de maio
Uma adolescente de 17 anos envia um bolo com bilhete misterioso para uma colega. A menina passa mal, é internada, mas sobrevive. O caso não foi denunciado na época. - 31 de maio (sábado)
Ana Luiza, também de 17 anos, recebe um bolo de pote com um bilhete semelhante. Sem saber quem enviou, compartilha um áudio com amigos tentando descobrir a autoria. Come o doce, passa mal e vai ao hospital, de onde recebe alta no mesmo dia. - 1º de junho (domingo)
A mesma adolescente que mandou o bolo — e que já havia envenenado outra jovem — dorme na casa de Ana Luiza, segundo o pai da vítima, Silvio Ferreira das Neves. Pela manhã, Ana Luiza volta a passar mal, desmaia no banheiro e morre a caminho do hospital. - 2 de junho (segunda-feira)
Com a repercussão do caso, a família da primeira vítima procura a polícia. A investigação, com a ajuda de imagens de segurança e do relato de um motoboy que fez a entrega, chega à suspeita. Ela nega envolvimento, mas confessa após horas de interrogatório. - 3 de junho (terça-feira)
A adolescente é apreendida e levada para a Fundação Casa após decisão da Justiça. Segundo o pai de Ana Luiza, a jovem que enviou o bolo “não demonstrou nenhuma reação” ao ver a amiga caída no chão. “É muito difícil… Perdi o amor da minha vida. Minha filha fez 17 anos na semana passada. Não tem palavras. Só Deus para me dar força”, desabafou Silvio durante o velório, que aconteceu nesta terça.
Empresa que produziu o bolo se pronunciou
A responsável pela loja que produziu o bolo de pote afirmou que o doce foi comprado presencialmente por uma cliente e entregue por um motoboy de aplicativo sem vínculo com a empresa. Em nota nas redes sociais, ela destacou que a loja não participou da entrega nem tem responsabilidade sobre o trajeto do produto até a casa da vítima.
O que diz o laudo médico?
O boletim de ocorrência aponta que Ana Luiza chegou ao hospital sem sinais vitais. O relatório médico informa parada cardiorrespiratória, hipotermia e ausência de batimentos e respiração. A causa aparente é intoxicação alimentar, mas o laudo toxicológico oficial ainda é aguardado.