Os bebês reborn, bonecas hiper-realistas que imitam recém-nascidos, voltaram ao centro de uma polêmica nas redes sociais e na mídia. Criadas inicialmente como peças de coleção ou apoio terapêutico, essas bonecas dividem opiniões ao serem tratadas como filhos por algumas pessoas, com direito a enxoval, passeios e cuidados diários.
Enquanto especialistas apontam possíveis benefícios emocionais, como alívio do luto ou da solidão, críticos levantam questões sobre saúde mental, consumo excessivo e até exploração comercial. O debate escancara os limites entre afeto, fantasia e realidade, e reforça a necessidade de olhar com mais atenção para as motivações e contextos de quem adota esse tipo de prática.
Há relatos de que uma jovem, de 25 anos, levou um bebê reborn ara receber atendimento médico em uma Unidade de Pronto Atendimento de Guanambi, no centro-sul da Bahia. O caso ocorreu na noite de domingo (18/05), e foi confirmado pela prefeitura. A mulher, claro, não foi atendida, mas o caso chegou ao conhecimento da direção da unidade e consequentemente de todo o Brasil.
A discussão também esbarra em questões éticas e sociais: em alguns casos, vídeos nas redes mostram adultos simulando rotinas com os reborns como se fossem crianças reais, o que causa desconforto em parte do público. Já no mercado, os preços das bonecas variam de centenas a milhares de reais, movimentando um nicho crescente que envolve artesãos, colecionadores e influenciadores digitais. Diante disso, psicólogos alertam para a importância de diferenciar o uso terapêutico legítimo de possíveis fugas da realidade, especialmente quando há sinais de isolamento ou sofrimento emocional.