A Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG) realizou, nesta quarta-feira (14), uma coletiva de imprensa para esclarecer as medidas adotadas após o grave acidente de trânsito ocorrido na noite de terça-feira (13), no km 446 da BR-251, próximo ao distrito de Barrocão, em Grão Mogol. A colisão entre uma carreta e uma van resultou na morte de nove pessoas.
De acordo com o Corpo de Bombeiros, a carreta seguia no sentido Bahia/Montes Claros quando atingiu frontalmente a van, que trafegava na direção oposta. Com o impacto, ambos os veículos saíram da pista e caíram em um barranco de difícil acesso.
Tragédia na BR-251: colisão entre van e carreta deixa nove mortos e dez feridos no Norte de Minas
Participaram da entrevista coletiva os delegados Jurandir Rodrigues e Bruno Rezende, a médica-legista Aline Brito e o perito criminal Hugo Leonardo.
O delegado Jurandir Rodrigues, responsável pela Delegacia Regional de Montes Claros, destacou que uma equipe da PCMG foi acionada imediatamente após o acidente para iniciar os levantamentos.
“Assim que a Polícia Civil teve conhecimento, iniciou os trabalhos de investigações com a nossa perícia criminal. Identificamos que, no local, havia 21 pessoas envolvidas no acidente, sendo que 19 estavam em uma van e duas na carreta. Dessas, nove seguem internadas em hospitais da região, em Montes Claros e Francisco Sá. Nove pessoas vieram a óbito, foram submetidas a exames de necropsia e se encontram no posto médico-legal de Montes Claros”, disse.
Proprietário da van pode estar entre as vítimas
Segundo o delegado Jurandir, a van tinha dois motoristas. “O que estava conduzindo o veículo se encontra internado. Há a suspeita de que o outro motorista, que veio a óbito e que não estava conduzindo o veículo no momento do acidente, seria o proprietário da van”, falou.
O perito criminal Hugo Leonardo explicou que a perícia técnica no local buscou identificar possíveis fatores contribuintes. “Um fator determinante é que a carreta invadiu a contramão. A partir dos vestígios coletados, como marcas pneumáticas, arrastamento, sulcagem da van, identificamos que ela estava na contramão. Esses vestígios serão materializados no laudo pericial. A neblina também pode ter contribuído, inclusive a velocidade, que será analisada posteriormente.”
A médica-legista Aline Brito comentou sobre o trabalho realizado no Instituto Médico-Legal (IML) de Montes Claros:
“O trabalho de identificação não teve grandes dificuldades porque o estado dos corpos não estava prejudicado. Dava para fazer o reconhecimento facial, e foi possível coletar as digitais e fazer o confronto com o banco de dados do Instituto de Identificação. Todos os corpos estão periciados e à disposição das famílias. Eles estão providenciando o serviço funerário para fazer a retirada. Da nossa parte, o trabalho da Polícia Civil foi concluído”, explicou.
Já o delegado Bruno Rezende afirmou que testemunhas serão ouvidas e que a investigação está em andamento.
“Temos as identificações dos corpos, as famílias já estão se mobilizando e providenciando o traslado. A delegacia de Grão Mogol e Francisco Sá está desenvolvendo diligências em relação à investigação. Estão em contato com os motoristas e todos que permeiam o caso para verificar o que de fato aconteceu. Essas provas subjetivas serão unificadas junto ao laudo pericial, além de todos os laudos de necropsias que vamos precisar ter para avaliar as circunstâncias do acidente e entrevistas com os sobreviventes”, disse.
De acordo com a PC, será instaurado um inquérito policial, por meio da delegacia de Grão Mogol, que terá o prazo de 30 dias para concluir as investigações, buscando identificar quem realmente deu causa ao acidente.
