Um atendimento considerado histórico foi realizado nesta quinta-feira, 08, pelo Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU) em Janaúba. Uma paciente de 87 anos, vítima de Acidente Vascular Cerebral (AVC), recebeu a medicação adequada ainda durante o voo para Montes Claros e apresentou melhora significativa antes mesmo de chegar ao hospital.
A idosa já se encontrava no final da chamada “janela terapêutica”, período crucial em que a administração do medicamento trombolítico pode reverter o quadro clínico e reduzir o risco de sequelas graves ou morte. Diante da gravidade, o médico regulador do SAMU, Dr. Caio Gonçalves Nogueira, acionou a Santa Casa de Montes Claros e solicitou a liberação do Alteplase — substância que dissolve coágulos e restabelece o fluxo sanguíneo cerebral.
O medicamento foi enviado via SAAV (Serviço de Atendimento Aeromédico do SAMU), com a equipe composta pelo médico Dr. Antônio Cedrim e o enfermeiro Robson Oliveira. A paciente apresentava paralisia no lado esquerdo do corpo, confusão mental e dificuldade na fala, mas o medicamento foi administrado ainda em voo. Já na chegada a Montes Claros, ela apresentava sinais de recuperação, conseguindo se comunicar e movimentar os braços.
A interceptação foi feita por uma Unidade de Suporte Avançado (USA), que encaminhou a paciente à Santa Casa para continuidade do tratamento. Para o Dr. Caio Nogueira, o resultado só foi possível graças à agilidade e integração entre as equipes. “A paciente recebeu um atendimento de primeiro mundo. Foi um esforço conjunto que fez a diferença entre a vida e a morte”, destacou.
O AVC é uma das principais causas de morte e incapacidade no Brasil. No Norte de Minas, onde as longas distâncias dificultam o acesso rápido aos centros de referência, intervenções como essa são ainda mais desafiadoras. O medicamento Alteplase, que pode custar até R$ 20 mil, é fornecido gratuitamente pelo Sistema Único de Saúde (SUS), desde que o paciente chegue a tempo de receber a medicação.