Dependência química: um drama silencioso que destrói famílias e desafia a saúde mental

A dependência química não é falta de caráter: é um transtorno que precisa de tratamento, escuta, empatia e ação.
Foto: Divulgação
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A dependência química é um transtorno crônico e multifatorial que atinge milhões de brasileiros, com impactos devastadores para o indivíduo, suas relações familiares, sua saúde física e mental, além de desestruturar lares, casamentos e vidas inteiras. O uso contínuo de substâncias psicoativas como álcool, crack, cocaína, maconha ou medicamentos controlados interfere diretamente no funcionamento do cérebro, alterando o julgamento, a tomada de decisões e o controle das emoções.

Segundo dados do Ministério da Saúde, estima-se que mais de 3 milhões de pessoas no Brasil enfrentem algum grau de dependência química. O número, porém, pode ser subestimado, já que muitos casos não chegam a ser notificados por vergonha, medo ou falta de acesso ao tratamento.

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Impacto emocional e familiar

O sofrimento do dependente é profundo. Muitos enfrentam depressão, ansiedade, crises de angústia e tentativas de suicídio, sem conseguir romper o ciclo de uso. Mas a dor se estende para além do usuário: pais, cônjuges e filhos também são afetados emocionalmente, convivendo com insegurança, frustrações e rupturas. Muitos casamentos se desfazem, seja pela perda de confiança, episódios de agressividade ou exaustão emocional por parte do cônjuge que tenta, muitas vezes sem apoio, “salvar” o parceiro.

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O papel da psicoterapia

O tratamento da dependência química exige abordagem multidisciplinar, e o acompanhamento psicológico é parte fundamental desse processo. A psicoterapia atua no fortalecimento emocional, na reestruturação de vínculos afetivos, no controle de gatilhos e na construção de estratégias para prevenção de recaídas. As abordagens mais eficazes envolvem terapia cognitivo-comportamental, terapia familiar, grupos de apoio e, em muitos casos, o suporte medicamentoso.

Onde buscar ajuda

O Brasil conta com serviços públicos e privados para tratamento da dependência. Um dos principais recursos do SUS são os CAPS AD (Centros de Atenção Psicossocial para Álcool e Drogas), que oferecem atendimento médico, psicológico, oficinas terapêuticas e acompanhamento familiar. Para casos mais graves, há também comunidades terapêuticas e clínicas de internação, que funcionam com equipe especializada e acolhimento integral.

A urgência de enfrentar o problema

Ignorar a dependência química é permitir que ela avance e destrua ainda mais vidas. Tratar é necessário — e possível. A recuperação não é um caminho simples, mas é real para quem busca ajuda e encontra acolhimento adequado.

A dependência química não é falta de caráter: é um transtorno que precisa de tratamento, escuta, empatia e ação.

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