O Brasil não soube lidar com a rápida urbanização

Maioria esmagadora dos municípios brasileiros são cercados por um cinturão de pobreza, a cena da foto é recorrente nas cidades nacionais

A urbanização no Brasil ocorreu de forma acelerada, especialmente a partir da década de 1950, impulsionada pela industrialização e pela migração em massa do campo para as cidades. No entanto, esse processo não foi acompanhado por um planejamento urbano eficaz, o que resultou em uma série de problemas sociais, ambientais e estruturais que ainda hoje marcam a paisagem urbana brasileira.

Diferente de países que passaram por um processo gradual de urbanização, o Brasil viu seu número de habitantes urbanos ultrapassar o de rurais em poucas décadas. As grandes cidades, como São Paulo, Rio de Janeiro e Belo Horizonte, cresceram de forma desordenada, sem a devida infraestrutura para acolher toda a população. A ausência de políticas públicas consistentes de habitação, transporte e saneamento básico contribuiu para o surgimento e expansão de favelas e periferias marginalizadas.

Além disso, a especulação imobiliária e a concentração de renda agravaram a segregação socioespacial, empurrando as camadas mais pobres para as áreas mais afastadas e carentes de serviços públicos. Essa urbanização excludente comprometeu a qualidade de vida nas cidades, gerando problemas como o trânsito caótico, a violência urbana, o déficit habitacional e a poluição.


É interessante sublinhar que as grandes metrópoles, à época, atraíram habitantes de todas as partes do país, fator que dificultou ainda mais o planejamento urbano.

No entanto, os municípios considerados pequenos e médios não tiveram tecnicidade suficiente para exercer um planejamento futurista.

Portanto, é possível afirmar que o Brasil não soube lidar adequadamente com sua rápida urbanização. Faltou planejamento, investimento e visão de longo prazo. Hoje, os desafios urbanos exigem políticas integradas e inclusivas, que considerem a diversidade social e o direito à cidade para todos.