Nove suspeitos de integrar uma quadrilha que aplicava o “golpe do nude” foram presos nesta semana pela Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG), em parceria com a Polícia Civil do Rio Grande do Sul (PCRS).
Os mandados de prisão, busca e apreensão foram cumpridos em cidades. As investigações começaram depois que uma vítima da cidade de Capelinha, no Vale do Jequitinhonha, denunciou o golpe. A PCMG e a PCRS cumpriram os mandados de prisão, busca e apreensão em municípios gaúchos.
Uma mulher e oito homens faziam parte da quadrilha, que além de aplicar o golpe também realizavam lavagem de dinheiro. As idades dos criminosos variam entre 23 a 42 anos.
De acordo com a PCMG, durante a apuração, foi solicitado o bloqueio de R$ 85 mil das contas dos investigados. Foi sugerido, ainda, que o grupo fosse transferido para prisões de segurança máxima para o cumprimento das penas. O intuito é impedir os criminosos de cometerem novos delitos.
A vítima, um homem, de 34 anos, morador de Capelinha, procurou a polícia em fevereiro de 2023, depois de receber ameaças através de aplicativo de compartilhamento de mensagens, após realizar a troca de fotos íntimas enquanto navegava nas mídias digitais.
Conforme a vítima, um homem o procurou e de início, teria se identificado como o pai da suposta jovem com quem o mineiro estaria trocando ‘nudes’. O suposto pai afirmou que a menina era menor de idade e inventou que a adolescente teria sofrido um grave acidente, no qual precisou ficar internada, após brigar com a mãe que descobriu a troca das fotos entre os dois.
Logo em seguida, a vítima foi ameaçada por um outro suspeito que afirmou ser delegado de polícia. Nas duas situações, os criminosos ordenaram que o homem realizasse pagamentos, inclusive para quitar supostas dívidas do hospital.
Com medo do que poderia lhe acontecer, o homem fez uma transferência de R$13 mil para os golpistas. Passado algum tempo, os criminosos continuaram ameaçando a vítima e pedindo novas transferências de dinheiro. Devido aos fatos, o homem fez a denúncia na Polícia Civil.
Investigações
Através de levantamentos, a PCMG, com apoio da PCRS, descobriu que três homens, com idades que variam de 23 a 28 anos, presos no Estado do Rio Grande do Sul, estariam envolvidos no golpe.
As investigações indicaram que o trio tinha ajuda de uma mulher, de 42 anos, mãe de um deles. A mulher não estava presa e sempre conseguia comprar novos chips, habilitando as linhas telefônicas e fornecendo-as aos suspeitos para que eles as utilizassem no crime.
Os policiais civis também conseguiram localizar outras quatro vítimas da quadrilha na cidade de Capelinha, outras três nas cidades mineiras de Minas Novas, Turmalina e Chapada do Norte.
Ainda segundo a PC, o dinheiro recebido dos golpes era logo transferido para contas de outros bandidos que estavam na mesma unidade prisional que os criminosos. Assim, foi descoberto que além da quadrilha para executar o ‘golpe do nudes’, os investigados também faziam a lavagem de dinheiro.
A PCMG divulgou que ainda há indícios de que moradores de outros estados, como Amazonas, Rondônia, Bahia, Santa Catarina e Paraná, também foram vítimas deste mesmo golpe e do crimes de estelionato, cometidos pela quadrilha.
A operação foi realizada em conjunto pelo setor de inteligência e da equipe crimes contra o patrimônio em Capelinha, e teve apoio também da 1ª Delegacia de Polícia em Cachoeirinha (RS), da Delegacia de Polícia em Ijuí (RS), da Delegacia de Repressão às Ações Criminosas Organizadas (Draco) em Erechim (RS), da Delegacia de Polícia em Santa Rosa (RS) e, ainda, da Delegacia de Polícia em Palmeira das Missões (RS).
As investigações continuam.
