Um prêmio que recebi enquanto escritor/poeta foi-me dado por uma moça de nome Selena, que significa lua, brilhante como a lua, ou iluminada como a lua.
Ela tem uns 32 anos de idade, inteligente, educada, sensível, delicada e amante da leitura.
Selena faz enfermagem e leu o meu livro: “A menina e o poeta”.
A obra foi apresentada como sendo um “livro para pessoas que transcendem com a poesia”.
Apesar da minha resistência em aceitar tudo que recebi em sonho para escrever o livro, fiquei na dúvida: “É minha criação? ou é criação de uma entidade espiritual?” (De tão lindo que é o livro).
O fato é que a moça baixou o livro em PDF, mandou imprimir, leu e guardou entre os livros que ela mais gostou.
Me disse que mandou imprimir, pra tocar no livro, abraçar o livro, sentir o livro como algo vivo.
Um dia encontrei com ela, e em conversa, a moça me relatou tudo isso.

Aproximei-me de Selena, iluminada como a lua, e fiz umas tantas perguntas que os poetas normalmente fazem quando acreditam que estão a falar com ótimas leitores.
A moça olhou-me fixamente e quase desapontado, coloquei-lhe então uma outra questão:
_ “Este livro é sobre sonho. Será que você já sonhou assim? Ou sente que poderia ser a menina do sonho?”
Ela me olhou nos olhos novamente, demorou a reagir e respondeu com uma pergunta:
_ “E você acredita em sonhos?”
Respondi que sim, mas às vezes, tinha medo. Tinha medo de trocar minha vida por sonhos. Não foi só uma noite que sonhei com a menina, foram várias noites.
Ela gostou da sinceridade, deu meia volta e quando já se afastava, um pouco distante, ela parou e disse-me, à distância:
_ “Não tenhas medo. Os sonhos apenas são feitos das coisas que pensamos e vivemos”.
Disse aquilo para me reconfortar, mas ela apenas recitava um poema que eu tinha escrito no livro: “A menina e o poeta”.
SAUDADES E ESPERA
“Eu serei a sua saudade,
e você a minha espera.
Eu serei o seu sonho,
enquanto ansiar sonhar.
Eu serei a semente,
e você o lavrador.
Pra você mesmo me plantar,
e você mesmo colher a flor.
“Ah! Como eu queria ser aquela pétala mais bela,
você me colhendo e me cheirando num gesto de puro amor”.

O fato de uma moça ter citado várias páginas do livro, ter lido o livro em uma sentada e interiorizado a obra como se fosse algo da sua autoria foi um dos prêmios literários que recebi.
Nunca mais esquecerei esse momento e disse para ela: “Quero te dizer Selena, que as poesias do livro: “A menina e o poeta”, são criações divinas, bonitas como as flores, estrelas e a lua, que significa o seu nome”.
Devemos fazer como você fez, apreciá-las, como a menina dos meus sonhos, porque o nosso mundo sem elas, sem dúvidas, estaria incompleto, pois elas são a força da vida que impulsionam este poeta.
Ela se identificou tanto com a obra, como a menina pura que veio em sonho e que, por isso, se encaixa bem nos meus arquivos mentais.
Para retribuir deixei estes versos para Selena, que tem o brilho da lua.
“Na noite encantada,
surge o brilho da lua,
Selena, iluminada,
onde o amor flutua.
O céu se enche de magia e cor,
Quando tua presença irradia calor.
Selena, estrela que nunca se apaga,
Teu brilho é farol que sempre afaga”.
