O avanço tecnológico trouxe inúmeros benefícios, mas também desafios significativos, especialmente no que se refere ao uso excessivo de dispositivos digitais. Estudos recentes apontam uma correlação preocupante entre o tempo excessivo diante das telas e o aumento de sintomas de déficit de atenção em adultos.
Dependência digital e saúde mental
A dependência digital, caracterizada pelo uso compulsivo de dispositivos eletrônicos, tem sido associada a diversos problemas de saúde mental, incluindo ansiedade, depressão e déficit de atenção. Indivíduos que passam muitas horas conectados podem apresentar dificuldades de concentração e uma necessidade constante de verificação de notificações, o que interfere na produtividade e nas relações sociais.

Estudos recentes
Pesquisas recentes destacam os efeitos neurológicos da desconexão digital. Por exemplo, um estudo realizado pelas Universidades de Heidelberg e Colônia revelou que, após três dias sem uso de celulares, ocorreram mudanças significativas nos sistemas de dopamina e serotonina dos participantes, neurotransmissores ligados ao comportamento compulsivo e ao controle do humor. Essas alterações são semelhantes às observadas em dependências de substâncias como nicotina ou álcool.
Imediatismo e impaciência
A tecnologia moderna promove uma cultura de gratificação instantânea. A possibilidade de obter respostas rápidas e acesso imediato a informações pode levar à impaciência e à diminuição da capacidade de atenção. Especialistas como a socióloga Amparo Lasén e o psicólogo Miguel Ángel Albalá observam que essa busca constante por recompensas imediatas nas redes sociais e outros meios digitais reduz a capacidade de manter o foco em tarefas mais prolongadas.
Ciclos de revisão e percepção do tempo
O uso excessivo de smartphones muitas vezes ocorre sem que percebamos o tempo investido. Fenômenos como os “ciclos de revisão” nos levam a consultar o celular com um objetivo específico, mas acabamos gastando mais tempo do que o planejado. Aplicativos são projetados para serem viciantes, oferecendo recompensas imediatas que liberam dopamina, incentivando o uso contínuo. Essa distorção na percepção do tempo pode resultar em estresse e na sensação de falta de tempo para outras atividades importantes.

Recomendações para minimizar os efeitos negativos
Para mitigar os impactos negativos do uso excessivo de telas na atenção e na saúde mental, especialistas sugerem:
– Estabelecer Limites de Uso: definir horários específicos para utilizar dispositivos digitais e evitar o uso excessivo.
– Desativar Notificações: reduzir interrupções desnecessárias que desviam a atenção de tarefas importantes.
– Criar Espaços de Desconexão: reservar momentos do dia para atividades offline, como: leitura, exercícios físicos ou interação social presencial.
– Praticar Mindfulness: técnicas de atenção plena podem auxiliar no desenvolvimento da concentração e na redução da impulsividade digital.
Ao adotar essas estratégias, é possível promover um uso mais consciente da tecnologia, preservando a saúde mental e melhorando a capacidade de atenção no cotidiano.
