Dificuldades no aprendizado podem ter diversas origens, e os transtornos de aprendizagem são uma das principais causas de baixo rendimento escolar em crianças e adolescentes.
No entanto, ao contrário do que muitos pensam, esses transtornos vão muito além do Transtorno do Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH).
Condições como dislexia, discalculia e disortografia também afetam significativamente a capacidade de leitura, escrita e raciocínio matemático.
Além disso, o uso excessivo de dispositivos eletrônicos, como celulares e tablets, pode agravar dificuldades de atenção e memória, comprometendo ainda mais o processo de aprendizagem.

Principais transtornos de aprendizagem
Dislexia: dificuldade na leitura e na escrita
A dislexia é um dos transtornos de aprendizagem mais comuns e afeta a habilidade de reconhecimento de palavras, leitura fluida e compreensão de textos.
Crianças com dislexia geralmente trocam ou invertem letras, leem de forma lenta e têm dificuldades em compreender o que foi lido, o que impacta diretamente o desempenho escolar.
Discalculia: dificuldades na matemática
A discalculia compromete a compreensão de conceitos matemáticos básicos, como soma, subtração e multiplicação.
Crianças com essa condição têm dificuldades em entender sequências numéricas, estimar quantidades e resolver problemas matemáticos, o que pode gerar frustração e aversão à disciplina.
Disortografia: comprometimento na escrita
Esse transtorno está relacionado à dificuldade na aquisição da ortografia, resultando em erros persistentes na escrita, como omissão de letras, troca de grafemas e dificuldades na segmentação das palavras.

TDAH: déficit de atenção e hiperatividade
O Transtorno do Déficit de Atenção e Hiperatividade é frequentemente associado aos transtornos de aprendizagem, mas nem sempre está presente. Crianças com TDAH podem ter dificuldades em manter o foco, seguir instruções e controlar impulsos, o que impacta a organização e a execução de tarefas escolares.
A influência da tecnologia e o déficit de atenção
O uso excessivo de dispositivos eletrônicos tem sido apontado como um fator agravante para dificuldades de atenção.
O excesso de estímulos visuais e sonoros gerado por redes sociais, vídeos curtos e jogos eletrônicos condiciona o cérebro a buscar gratificação imediata, reduzindo a capacidade de concentração em atividades que exigem esforço prolongado, como leitura e estudo.
Estudos indicam que a exposição prolongada a telas pode afetar o desenvolvimento da memória de trabalho e a capacidade de retenção de informações, comprometendo o aprendizado.
Além disso, crianças que passam muitas horas no celular tendem a ter menor interação social e dificuldades em desenvolver habilidades cognitivas essenciais.

A importância do diagnóstico e intervenção precoce
O diagnóstico correto dos transtornos de aprendizagem é fundamental para a implementação de estratégias pedagógicas eficazes.
Intervenções como o uso de metodologias adaptadas, acompanhamento psicopedagógico e apoio psicológico podem fazer uma grande diferença no desenvolvimento acadêmico e emocional da criança.
Pais e educadores devem estar atentos aos sinais de dificuldades persistentes e buscar ajuda especializada o quanto antes.
Além disso, é essencial estabelecer um equilíbrio saudável no uso da tecnologia, incentivando hábitos que estimulem a atenção e o aprendizado ativo.
Os transtornos de aprendizagem não são sinônimo de falta de inteligência. Com o suporte adequado, crianças e adolescentes podem desenvolver estratégias para superar essas dificuldades e alcançar seu potencial acadêmico e profissional.
