Tarifa de ônibus em Montes Claros sobe de R$ 4,25 para R$ 4,60 e preocupa passageiros

A partir deste domingo (16), a passagem de ônibus em Montes Claros sofrerá um reajuste de 8,23%, passando de R$ 4,25 para R$ 4,60. O aumento foi oficializado pela Prefeitura através de um decreto publicado no Diário Oficial na sexta-feira (14). A decisão gerou insatisfação entre os usuários do transporte coletivo, que questionam a qualidade do serviço prestado e o impacto no orçamento diário.

O decreto determina que o reajuste está condicionado a melhorias por parte do Consórcio Moc Bus, incluindo a instalação de 20 novos abrigos e a manutenção de outros 20 dentro de 30 dias, além da renovação da frota com a substituição de 34 ônibus que possuem mais de 10 anos de fabricação até junho de 2025.

Reajuste pesa no bolso da população

Para a auxiliar de serviços gerais Mariana Lopes, que utiliza o transporte público para ir ao trabalho, o aumento representa um desafio financeiro. “Eu já gasto muito com aluguel e alimentação, e agora mais esse peso no bolso. Para quem depende de ônibus todos os dias, qualquer aumento faz diferença”, desabafa.

O estudante universitário Gustavo Almeida também sente os efeitos do reajuste. Ele pega quatro ônibus por dia para ir e voltar da faculdade e teme que o custo extra comprometa seus estudos. “Eu faço estágio, ganho pouco e ainda tenho que pagar passagem. No fim do mês, o gasto é alto. Isso pode desmotivar muita gente a continuar estudando”, comenta.

Já a vendedora Renata Martins, que trabalha no comércio do centro da cidade, acredita que o reajuste pode afetar até mesmo o movimento das lojas. “Muita gente já evita sair de casa para economizar, e com a passagem mais cara, isso pode piorar. No fim das contas, o comércio também sente o impacto”, observa.

Empresa justifica aumento e promete melhorias

Embora o aumento tenha sido condicionado à renovação da frota e à instalação de novos abrigos, essas exigências estavam suspensas pela justiça. A decisão foi tomada porque o município de Montes Claros não garantiu o equilíbrio econômico necessário desde a pandemia, o que inviabilizou o cumprimento das obrigações.

De acordo com o gestor de marketing do Consórcio Moc Bus, João Neto, o reajuste é necessário para equilibrar os custos da empresa diante dos aumentos no preço dos combustíveis, impostos e manutenção da frota.

O reajuste da tarifa do transporte coletivo é previsto no nosso contrato de prestação de serviço ao município. Anualmente os impostos sobem, salários de colaboradores e peças para manutenção tem reajuste, e essa alteração tarifária é necessária para equilibrar isso. Na nossa conversa com o município ficou acertado que o reajuste na tarifa seria apenas para absorver os custos financeiros da nossa operação, porém com a publicação do decreto fomos pegos de surpresa com cláusulas como: a renovação de frota e construção e manutenção de abrigos, o que, o valor determinado da tarifa não contempla e onde temos também uma liminar suspendendo a nossa responsabilidade nesses dois temas até a concessão do equilíbrio econômico pelo Município ao Consórcio, assim, vamos acionar a justiça para rever as condições impostas.”, explica.

Enquanto isso, os passageiros seguem preocupados com o impacto do aumento no orçamento e esperam que, desta vez, as melhorias prometidas realmente sejam cumpridas.

Leila Santos
Graduada em Jornalismo pelas Faculdades Integradas do Norte de Minas – Funorte, Leila tem ampla experiência na comunicação, atuando como editora-chefe de redação, além de passagens por televisão, assessorias de imprensa, agências de publicidade e jornais online. Atualmente, integra a equipe do Portal Webterra, onde alia expertise e compromisso para entregar conteúdos precisos e relevantes. Leitora voraz e engajada em causas sociais, Leila mantém seu trabalho guiado pela ética e excelência jornalística.