Polícia Federal deflagra operação Sinistro Fantasma contra fraude no Seguro DPVAT no Norte de Minas

- Foto: Polícia Federal / Divulgação
PF deflagra operação de combate a fraude no Seguro DPVAT em Jaíba e Janaúba - Foto: Polícia Federal / Divulgação

A Polícia Federal deflagrou, nesta quinta-feira (13), a operação Sinistro Fantasma, com o intuito de desarticular um esquema criminoso de fraudes no Seguro DPVAT em Jaíba e Janaúba, no Norte de Minas. Foram cumpridos três mandados de busca e apreensão em endereços ligados aos investigados, incluindo escritórios e casas.

A investigação apontou que o grupo utilizava documentos falsificados para solicitar indenizações indevidas, gerando grande prejuízo ao sistema de seguro obrigatório.

Denúncia

A PF iniciou as investigações após uma denúncia da Caixa Econômica Federal, que identificou padrões suspeitos em diversos pedidos de indenização.

Durante o processo, foi constatado que um único intermediário estava atuando como procurador em mais de 250 solicitações, das quais 157 foram indeferidas por inconsistências documentais, e 92 resultaram em pagamentos indevidos.

Falsificação

A quadrilha fabricava boletins de ocorrência, laudos médicos e outros documentos para simular acidentes de trânsito que nunca ocorreram. De acordo com os policiais federais, em diversos casos, as supostas vítimas nem sabiam que seus nomes estavam envolvidos nos acidentes relatados, e em outros casos, os ferimentos descritos não eram compatíveis com os fatos contados.

Foram cumpridos três mandados de busca e apreensão - Foto: Polícia Federal / Divulgação
Foram cumpridos três mandados de busca e apreensão – Foto: Polícia Federal / Divulgação

Erros grosseiros

Durante a investigação, um dos casos que mais chamaram atenção foi o de uma criança, de apenas seis anos, que recebeu o seguro DPVAT, apesar do B.O. registrar que no acidente a vítima sofreu apenas pequenas escoriações. Porém, a Polícia Federal descobriu que no laudo médico dessa criança que foi fraudado, constava que ela estaria gestante, o que mostra que a adulteração do documento foi realizada grosseiramente.

Em outro caso, um beneficiário obteve a indenização após sofrer um acidente de moto, embora, com base no boletim de ocorrência, a vítima real foi a namorada dele. Além disso, o registro contava com mais uma contradição, sendo que no boletim informava que a vítima teve a perna esquerda fraturada, enquanto o laudo médico indicava que tinha sido a perna direita.

Médico participava

As fraudes contavam, ainda, com a participação de um médico, que emitia pareceres periciais falsificados para facilitar a liberação dos pagamentos.

As investigações conduzidas pela Polícia Federal também revelaram um dado alarmante: uma mesma moto foi registrada em 21 acidentes diferentes, com condutores distintos, em menos de um ano – com as causas sempre parecidas.

Crime de estelionato

Durante a ação, a PF apreendeu documentos, celulares e computadores, que serão utilizados para auxiliarem na conclusão do inquérito policial. Os investigados poderão responder pelo crime de estelionato qualificado, e se condenados, podem chegar a cumprir pena de até seis anos de reclusão.

Havia participação de um médico no esquema criminoso - Foto: Polícia Federal / Divulgação
Havia participação de um médico no esquema criminoso – Foto: Polícia Federal / Divulgação
Sarah Thomé
Sarah Thomé é jornalista, formada pelo Centro Universitário Funorte, com passagens por veículos de comunicação, sendo portais e TV. Comprometida com a notícia, veracidade dos fatos e ética jornalística, atualmente, faz parte do time do Portal Webterra. Natural de Belo Horizonte-MG, é apaixonada por livros, escrita e animais.