Bronquiolite aguda trata-se de uma infecção viral, que acomete a parte mais delicada do pulmão dos bebês (os bronquíolos). Essas estruturas do organismo são a continuidade dos brônquios, que distribuem o ar para dentro dos pulmões.
A bronquiolite aguda é, na maior parte das vezes, causada pelos vírus respiratórios. O principal deles, o Vírus Sincicial Respiratório.
Outros vírus também podem causar este quadro, como: adenovírus, vírus parainfluenza, vírus influenza, rinovírus entre outros.
Como é uma doença causada por vírus respiratórios, o quadro se inicia na criança como um resfriado, com obstrução nasal, coriza clara, tosse, febre, recusa das mamadas e irritabilidade de intensidade variável.
Em um ou dois dias o quadro evolui para tosse mais intensa, dificuldade para respirar, respiração rápida e sibilância (chiado/chio de peito).
Por vezes, podem haver sinais e sintomas mais graves, como sonolência, gemência, cianose (arroxeamento dos lábios e extremidades) e pausas respiratórias.

Aqueles que estão no grupo que possuem maior risco de desenvolver quadros de bronquiolite mais graves, que necessitam de internação, por vezes em Unidade de Terapia Intensica (UTI), são:
- Crianças mais novas (menores de um ano);
- Prematuros;
- Portadores de doenças cardíacas/doença pulmonar crônica (broncodisplasia);
- Imunodeficientes;
- Bebês que nascem com baixo peso.
Não existe nenhum tratamento específico para bronquiolite. Na maioria dos casos, especialmente das crianças sem fatores de risco, a evolução do quadro é benigna, sem necessidade de nenhum tratamento medicamentoso, evoluindo para cura.
Nos casos em que há necessidade de algum tipo de intervenção, a maior parte pode ser feita em casa, com acompanhamento da febre, observação do padrão respiratório e cuidados para manter o estado do bebê.
Os pais ou responsáveis devem manter a criança hidratada e nutrida em níveis adequados.
Em casos mais graves, a internação é necessária para que se possa ofertar oxigênio aos pacientes.
Há situações em que eles também podem se beneficiar com o uso de uma inalação especial com solução salina hipertônica.

A admissão em UTI para o suporte ventilatório adequado é rara, mas pode ocorrer em até 15% das crianças internadas.
Mas, o segredo é a prevenção! Medidas simples e eficazes nos cuidados de bebês, especialmente nos menores de um ano de vida e naqueles com fatores de risco, podem protegê-los dos quadros de bronquiolite.
Por isso, é recomendável evitar o contato com crianças e adultos resfriados, lavar as mãos e higienizá-las com álcool 70%, principalmente antes de tocar em bebês.
Também sugere-se, então, fugir de aglomerações, promover a amamentação e evitar o tabagismo passivo.
Finalmente, deve-se buscar o acompanhamento pediátrico para monitorar o crescimento, a introdução adequada da alimentação e o cumprimento do calendário de vacinação.
É fundamental ficar atento quando um bebê se resfria. Nessas ocasiões, o pediatra precisa ser consultado para repassar orientações.

Em casos de tosse persistente, dificuldade para respirar, respiração rápida e sonolência, a criança deve ser levada para a avaliação médica imediatamente.
O bebê sendo prematuro, cardiopata ou se estiver em tratamento para o pulmão, os pais ou responsáveis devem buscar informações sobre o uso e o acesso à imunoprofilaxia (Palivizumabe).
A imonuprofilaxia é um anticorpo monoclonal humanizado contra o Vírus Sincicial Respiratório (VSR) e pode beneficiar crianças com fatores de risco para bronquiolites (prematuros com menos de 29 semanas, aquelas com diagnóstico de doença pulmonar crônica e cardiopatas graves).
Esse medicamento pode ser aplicado em cinco doses nos meses de circulação deste vírus (no Brasil, de abril a agosto). Para a Bronquiolite viral aguda, a prevenção sempre será o melhor caminho.
