Em busca de alternativas sustentáveis para o descarte de cigarros ilegais apreendidos pela Receita Federal, a Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) conduz uma pesquisa inovadora no campus de Montes Claros. Liderada pelo professor Fernando Colen, a iniciativa visa reaproveitar os subprodutos gerados durante a incineração desses materiais, minimizando os impactos ambientais, como a emissão de gases de efeito estufa.
Todos os anos, milhões de maços de cigarros ilegais são apreendidos no Brasil. Em Minas Gerais, um estudo da Inteligência em Pesquisa e Consultoria Estratégica (Ipec) aponta que 38% dos cigarros comercializados vêm do mercado clandestino. Através dessa pesquisa, a UFMG busca transformar os resíduos da queima em biocarvão, licor pirolenhoso e gases inflamáveis, que possuem diversas aplicações.
•Biocarvão pode ser utilizado como condicionador de solo e na produção de adubos organominerais.
•Licor pirolenhoso tem aplicações na indústria alimentícia, farmacêutica e no enraizamento de plantas.
•Gases inflamáveis podem ser aproveitados para gerar energia térmica, aquecer água e alimentar motores industriais.
Iniciada em setembro de 2024, a pesquisa está em sua fase inicial, focada na identificação das melhores condições de incineração para a obtenção dos subprodutos. A previsão é que o estudo seja concluído até 2026, com a aplicação prática dos resultados em larga escala.
Esse projeto reafirma o compromisso da UFMG com a sustentabilidade e a inovação, oferecendo uma solução viável para o problema ambiental gerado pelo descarte inadequado de cigarros ilegais.