O lugar mais perigoso para uma criança ou adolescente desacompanhado hoje não é a rua, mas sim o universo das redes sociais, jogos on-line e da internet. Enquanto os pais muitas vezes tomam medidas rigorosas para proteger seus filhos no mundo real, impedindo-os de sair sozinhos ou de enfrentar situações práticas como ir à padaria ou pegar um ônibus, muitas vezes deixam a supervisão digital em segundo plano.
Esse ambiente, porém, é onde algumas das piores ameaças da sociedade se encontram: predadores sexuais, golpistas, psicopatas, pedófilos e indivíduos que exploram a vulnerabilidade emocional e cognitiva dos jovens. Além disso, os impactos do uso excessivo de telas na saúde mental de crianças e adolescentes têm se tornado uma preocupação crescente.
Saúde mental e o uso das redes sociais
Nos últimos dez anos, os números são alarmantes. O suicídio entre meninas de 10 a 14 anos aumentou 200%, e estudos indicam uma relação direta entre o uso precoce de plataformas como o Instagram e problemas como:
- Baixa autoestima: Influenciada pela comparação constante com imagens irreais e padrões inalcançáveis;
- Transtornos alimentares: Pressão para se adequar a corpos idealizados;
- Automutilação e ideação suicida: Impactadas por discursos de ódio, cyberbullying e conteúdos inadequados.
Como os pais podem proteger seus filhos:
1.Acompanhe a navegação on-line: Saiba quais redes sociais, jogos e sites seus filhos utilizam. Esteja presente, estabeleça limites e monitore o conteúdo acessado.
2.Eduque sobre segurança digital: Explique os perigos de compartilhar informações pessoais, conversar com estranhos on-line e acreditar em tudo o que veem ou leem.
3.Estabeleça limites saudáveis para o uso de telas: Determine horários específicos e incentive atividades fora do ambiente virtual.
4.Fique atento a sinais de alerta: Mudanças de comportamento, isolamento ou alterações bruscas de humor podem indicar que algo está errado.
5.Promova diálogo aberto: Crie um espaço seguro onde seus filhos possam falar sobre o que vivenciam na internet, sem medo de julgamento ou punição.
O equilíbrio é a chave
A internet não precisa ser vista apenas como uma ameaça, mas como um espaço que, quando utilizado com responsabilidade e supervisão, pode trazer benefícios. No entanto, o uso excessivo e a falta de supervisão são riscos reais que exigem atenção. Assim como protegemos as crianças no mundo físico, é essencial protegê-las no ambiente virtual, que está repleto de desafios que muitos adultos ainda têm dificuldade em compreender completamente.
Proteger nossos filhos não significa afastá-los da tecnologia, mas guiá-los para usá-la de forma saudável e segura. Isso exige envolvimento, atenção e, muitas vezes, “educação digital dos próprios pais.”