Exemplo para a humanidade

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Por um acaso, em alguma ocasião quem de nós já pensou em precisar do outro para poder exercer suas atividades do dia a dia? Imagine quantas pessoas ao nosso redor que por diversos motivos possuem necessidades especiais e, por isso, dependem de alguém para poder sobreviver de uma melhor maneira! Há quem diga que todos nós temos um destino a seguir. Existe também quem afirme que temos o livre arbítrio sobre a nossa existência. E assim mesmo é possível que, em reflexão, nos surpreendamos com pessoas que não possuem algum membro do seu corpo, que não tenham condições financeiras ou ainda que tenham um desenvolvimento cerebral ou físico diferente. Percebam que aquelas mesmo com suas insuficiências, por vezes, demonstram força e felicidade, e não se abstraem de oferecerem um sorriso a quem se aproxime. A despeito disso, afinal quem realmente é exemplo para a humanidade?

Viver assim se afigura em ser muito simples! Todavia também não é difícil observar aquelas que fazem tempestade em copo d’água. Eventualmente são pessoas que não aprenderam ainda a valorizar os pequenos acontecimentos do cotidiano e ficam sempre à espreita de episódios grandiosos, sendo que o mais belo acontece todos os dias debaixo dos nossos olhos e não enxergamos isso – que é um abraço caloroso, um olhar atencioso, um sorriso sincero ou mesmo um aperto de mão seguro. Parece incrível, mas já houve época em que pessoas portadoras de necessidades especiais eram totalmente excluídas em nossa sociedade. Muitos grupos sociais tinham um olhar pequeno para aqueles, o que verdadeiramente é uma visão muito mesquinha, um pensamento de extrema mediocridade. Todos nós, seres humanos, fomos e somos feitos a imagem do Cristo Jesus e por isso somos filhos de Deus, como nos expressa a Bíblia Sagrada. No último dia da criação, disse Deus: “façamos o homem à nossa imagem, conforme a nossa semelhança” (Gênesis 1:26). Outrossim é que independentemente de crença, raça, situação social, desenvolvimento físico ou psíquico, temos o dever de sermos recíprocos a quem quer que seja e que precise de auxílio, pois todos nós somos imperfeitos e necessitamos em alguma fase da vida de amparo de alguém e não podemos nos furtar a isso.

Vale apena experimentarmos a caridade e a solidariedade perante o próximo, isso para o nosso próprio bem ainda que não tenhamos a dimensão dessa atitude. Quem é recebedor da boa ação é inegavelmente muito feliz, no entanto, podemos afirmar que é mais jubiloso e mais exultante ainda aquele que é autor da benfeitoria, aquele que se doa, que com toda a sua boa vontade se despoja para alcançar o outro em suas privações.  Gosto de uma frase do escritor Augusto Cury em que ele diz; “nunca alguém tão grande se fez tão pequeno para tornar grandes os pequenos”. Temos em nossas raízes históricas e genéticas o título de “ser humano”, mas o quão somos conscienciosos de que realmente somos assim? Segundo o que nos revela o conceito desta expressão – humano é uma palavra utilizada com significados distintos, mas que expressam uma relação constante entre a pessoa e a sua capacidade de agir para realizar o bem, assim como para atuar em determinadas áreas, profissões e ramos de estudo e especialização.

É notável e imprescindível que cada vez mais promovamos a inclusão social daqueles que ainda se sentem inferiorizados perante o egoísmo e o egocentrismo alheio de uns, que fomentam complexo de maioridade e olham para os outros com desdém. Nas palavras do filósofo grego, Aristóteles, “é fazendo que se aprende a fazer aquilo que se deve aprender a fazer”. Desse modo a promoção da acessibilidade a todos indistintamente é um ponto a que devemos nos focar para podermos tornar o meio social mais altruísta, com a finalidade de cada vez mais quebrarmos barreiras, paradigmas esses que somente degeneram a humanidade e nos tornam completamente insensíveis diante da inércia dos que podem agir para transformar a nua e crua realidade que infelizmente ainda nos cerca. E para nossa interiorização meditemos sobre um dito do palestrante australiano, Nick Vujicic: “não há sentido em ser completo do lado de fora, quando se está quebrado no interior”.