Em meio à repercussão de depoimentos médicos que foram divulgados em redes sociais e que questionam a eficácia da mamografia para rastrear o câncer de mama, o Colégio Brasileiro de Radiologia e Diagnóstico por Imagem (CBR) reafirma em nota enviada à imprensa nesta quinta-feira (31), a segurança e a eficácia do exame na prevenção da doença.
Vídeos que circulam na internet chegam a associar a mamografia ao surgimento de câncer não apenas de mama, mas em outras partes do corpo, e também como causa de inflamação e de transtornos de saúde. Na nota, o CBR orienta pacientes e familiares com dúvidas sobre o assunto que busquem informações adequadas junto a fontes confiáveis.
“O CBR reitera que a realização de exames de mamografia é fundamental para a detecção precoce de alterações mamárias, aumentando as chances de tratamento bem-sucedido e reduzindo a necessidade de intervenções invasivas”, destaca o comunicado.
A entidade ainda classifica a mamografia como um exame seguro e eficaz, que deve ser realizado de acordo com protocolos definidos pelas maiores entidades médicas do mundo e sob a supervisão de profissionais da saúde, como especialistas em radiologia e diagnóstico por imagem.
Prevenção
Segundo o CBR, a mamografia é atualmente um dos exames mais eficazes para detecção do câncer de mama em fase inicial. O exame é capaz de identificar lesões suspeitas antes mesmo que elas se tornem palpáveis. Quando o tumor é identificado precocemente, a chance de cura pode chegar a 98% dos casos.
A entidade destaca, no entanto, que, a mamografia pode não detectar nódulos pequenos, principalmente em mamas classificadas como densas (com maior quantidade de tecido glandular). “Nestas situações, pode ser necessário realizar um segundo exame, como ultrassom ou ressonância magnética”, afirma.
Na nota, o colégio lembra que o êxito do rastreamento da mama na detecção precoce do câncer foi confirmado através de grandes estudos populacionais realizados há mais de 40 anos, no qual foi observada queda de até 30% na mortalidade de pacientes.
A recomendação é que a mamografia seja realizada anualmente em todas as mulheres com mais de 40 anos. Em mulheres mais jovens, que tenham histórico familiar, como em que a mãe ou irmã já tiveram a doença, devem procurar o médico ginecologista para saber se há a necessidade de realização do exame.
“O CBR reitera seu compromisso com a defesa da saúde da população, em especial da população feminina, e com o combate à desinformação e às fake news que tanto mal causam à prevenção e ao tratamento de doenças.”
Fila
Nesta quinta-feira (31), dados revelados pelo CBR mostram uma fila de espera de cerca de 77 mil brasileiras e um tempo de espera que pode ultrapassar 80 dias no Sistema Único de Saúde (SUS) para a realização de mamografias. A entidade alerta que a fila pode ser ainda mais longa do que o indicado oficialmente em razão de subnotificações.
*Com informações de Agência Brasil