O Ministério Público de São Paulo (MPSP) anunciou que investigará torcidas organizadas envolvidas em ações violentas, semelhantes às de facções criminosas, após a morte de um torcedor do Cruzeiro. O procurador-geral de Justiça, Paulo Sérgio de Oliveira e Costa, classificou o episódio, ocorrido no último domingo (27) na Rodovia Fernão Dias, em Mairiporã, como “selvageria”.
Segundo o MPSP, o incidente ocorreu por volta das 5h30 da manhã, quando torcedores do Cruzeiro, integrantes da torcida organizada Máfia Azul, foram interceptados por torcedores do Palmeiras, associados à Mancha Alvi Verde. A Polícia Civil confirmou que o ataque teve características de emboscada. “Há fortes indícios de que algumas torcidas organizadas atuam como facções criminosas, o que demanda ação do Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado)”, declarou o procurador-geral em nota.
A emboscada resultou em uma vítima fatal, um cruzeirense de 30 anos, e deixou pelo menos 20 feridos. Entre os feridos, um torcedor sofreu um disparo de arma de fogo, mas está fora de perigo. A Polícia Rodoviária Federal (PRF) informou que os feridos foram levados para unidades de saúde próximas, sendo 15 para o Pronto Socorro de Mairiporã e três para um hospital em Franco da Rocha.
A prefeitura de Mairiporã, em nota, expressou pesar pelo episódio e ressaltou o trabalho conjunto com a Polícia Militar e a PRF para conter a situação e garantir a segurança. Imagens de câmeras da rodovia foram disponibilizadas para apoiar as investigações.
O Cruzeiro, por meio de suas redes sociais, lamentou a tragédia e repudiou a violência entre torcedores, destacando que o futebol deveria ser um ambiente de união e celebração. “É hora de dar um basta a esses atos criminosos que destroem o espírito do esporte e colocam vidas em risco”, disse o clube.