O cenário das apostas online no Brasil tem despertado preocupação nas esferas governamentais, especialmente após a revelação de que beneficiários do Bolsa Família gastaram impressionantes R$ 3 bilhões em jogos online em apenas um mês. Diante desse dado alarmante, o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) está considerando proibir o uso do cartão do benefício para apostas.
O ministro do Desenvolvimento Social, Wellington Dias, explicou que a proposta de regulamentação está sendo elaborada pelo Ministério da Fazenda e pela Casa Civil, com a intenção de estabelecer restrições rigorosas. “O presidente defende que o Bolsa Família deve ser destinado à alimentação e às necessidades básicas das famílias beneficiárias. Ele pediu ações urgentes para resolver essa situação”, afirmou Dias em entrevista ao jornal Folha de S. Paulo.
A regulamentação deverá incluir medidas como a proibição do uso do cartão de benefícios sociais em jogos e o controle das apostas com base no CPF dos jogadores. Dados do Banco Central revelam que, apenas via Pix, beneficiários do programa apostaram cerca de R$ 3 bilhões em um único mês, sem contar os pagamentos realizados com cartão de crédito e débito.
Além disso, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, anunciou que o governo está explorando maneiras de auxiliar aqueles que desenvolvem dependência em plataformas de apostas. Uma das sugestões em análise é a identificação dos apostadores pelo CPF, permitindo um acompanhamento mais eficaz de jogadores compulsivos.
“Estamos buscando maneiras de restringir apostas com cartão de crédito e implementar um sistema que mantenha a privacidade dos apostadores. Isso nos permitirá monitorar potenciais casos de dependência psicológica ao jogo”, detalhou Haddad durante o evento J. Safra Brazil Conference 2024, realizado nesta quarta-feira (25).
Embora as apostas conhecidas como “Bets” tenham sido legalizadas em 2018, a regulamentação prometida para os dois anos seguintes ainda não se concretizou. O governo Lula agora busca regulamentar essas plataformas de forma a proteger a população, especialmente as camadas mais vulneráveis, do endividamento excessivo.