Piscar parece um ato automático e banal, mas desempenha um papel crucial na manutenção da saúde ocular. Quando esse mecanismo natural é interrompido ou não funciona corretamente, os olhos podem sofrer uma série de consequências graves. Doenças neurológicas, como a paralisia cerebral e outras condições médicas podem afetar a capacidade de piscar, levando a complicações sérias.
Daniella Nazih Danif, oftalmologista especialista em Cirurgia Refrativa, Ceratocone, Glaucoma e Catarata, explica: “O piscar também é conhecido como reflexo palpebral. Esse mecanismo é controlado pelo nervo facial e envolve a contração do músculo orbicular dos olhos. Cada vez que piscamos, a lágrima é espalhada uniformemente pela superfície do olho, o que ajuda a manter a córnea lubrificada, remove detritos e fornece nutrientes essenciais”.
Condições que podem afetar o piscar
Paralisia cerebral: pacientes com paralisia cerebral podem apresentar dificuldades motoras que afetam a musculatura das pálpebras, reduzindo a frequência ou a eficácia do piscar. Isso pode resultar em secura ocular severa, irritação e aumento do risco de infecções.
Doenças neurológicas: outras condições neurológicas, como a paralisia de Bell e a esclerose múltipla, também podem interferir no controle muscular, necessário para piscar corretamente.
Procedimentos cirúrgicos e traumas: cirurgias na região facial e traumas que afetam os nervos ou músculos ao redor dos olhos podem comprometer a capacidade de piscar.
Consequências da falta de piscar
O piscar não apenas lubrifica a superfície ocular, mas também remove impurezas e distribui nutrientes essenciais para a saúde dos olhos. A falta desse movimento pode desencadear uma série de problemas, desde desconforto e vermelhidão até infecções graves e lesões na córnea.
Quando o piscar é insuficiente, a superfície ocular sofre. A secura ocular é uma das consequências mais comuns, podendo evoluir para condições mais graves, como ceratite, úlceras na córnea e até perda da visão em casos extremos.
Tratamentos e cuidados
Para pacientes que não conseguem piscar adequadamente, existem várias abordagens de tratamento. O uso de lágrimas artificiais e géis lubrificantes podem ajudar a manter a umidade dos olhos. Em casos mais severos, procedimentos cirúrgicos, como a tarsorrafia (costura parcial das pálpebras), podem ser considerados para proteger a superfície ocular.
O acompanhamento regular com um oftalmologista pode prevenir complicações graves e preservar a visão.
[Com informações de O Tempo]