O governo federal explicou, nessa segunda-feira (22), que o bloqueio de R$ 11,2 bilhões nas despesas públicas, dentro do congelamento de R$ 15 bilhões no orçamento de 2024, tem como uma das principais razões o aumento do número de benefícios pagos pelo Instituto Nacional do Seguro Social (INSS).
Estão sendo concedidos mais benefícios do que o previsto originalmente.
É o que mostra o Relatório de Avaliação de Receitas e Despesas Primárias (RARDP) do 3º bimestre — produzido em conjunto pelas áreas técnicas dos ministérios da Fazenda e do Planejamento e Orçamento.
Por meio do documento, o governo federal detalhou a contenção de R$ 15 bilhões no Orçamento de 2024, sendo R$ 11,2 bilhões de bloqueio e R$ 3,8 bilhões de contingenciamento, para continuar perseguindo a meta fiscal deste ano.
De acordo com o relatório, a necessidade de bloqueio dos R$ 11,2 bilhões no Orçamento teve como contexto os seguintes gastos:
- +R$ 6,4 bilhões do pagamento de Benefícios de Prestação Continuada (BPC) — benefício assistencial pago a idosos e pessoas com deficiência de baixa renda — em decorrência do Programa de Enfrentamento à Fila da Previdência Social (PEFPS). A despesa equivale a R$ 111,5 bilhões no Orçamento deste ano.
- +R$ 4,9 bilhões do pagamento de benefícios previdenciários. O valor corresponde a R$ 927 bilhões no Orçamento.
No caso do BPC, a variação ocorreu devido ao aumento no número de benefícios concedidos face ao Programa de Enfrentamento à Fila da Previdência Social, além do crescimento na quantidade de requerimentos novos e analisados pelo órgão.
Já a alteração nos benefícios previdenciários foi influenciada pelas despesas dos últimos dois meses, que ultrapassaram o previsto inicialmente em decorrência de mudanças de fluxos internos e comportamentos inesperados de entrada de pedidos.
Os R$ 3,8 bilhões de contingenciamento
Ainda segundo o governo federal, dos R$ 15 bilhões que serão congelados, R$ 3,8 bilhões serão contingenciados em virtude da arrecadação insuficiente para alcançar a meta de déficit zero (igualar despesas e receitas).
Isso ocorre porque a União considerou a arrecadação insuficiente para alcançar a meta de déficit zero. Para isso, foi considerado o limite inferior da banda (ou intervalo de tolerância) de 0,25% do Produto Interno Bruto (PIB) — ou um rombo de até R$ 28,8 bilhões.
[Com informações de Metrópoles]